Não é segredo que a Apple está trabalhando em algo relacionado com carros autônomos no chamado Project Titan. E, para transformar isso em realidade, ela se voltou principalmente para uma das montadoras mais badaladas do setor atual: a Tesla.
Segundo a CNBC, que conversou com ex-funcionários e coletou dados do LinkedIn, a Maçã tem a empresa comandada por Elon Musk como a favorita para fazer contratações. Ao todo, só em 2018, foram 46 pessoas que saíram da fabricante de veículos elétricos para trabalhar em Cupertino. Essas contratações acontecem desde 2015, antes mesmo do Project Titan ser conhecido pelo público.
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O mais curioso disso tudo é que todo esse contingente não é direcionado somente para o tal Project Titan. Vários dos contratados emprestam suas habilidades para setores de software, telas, óptica e bateria para outros produtos da marca.
Doug Field.
Alguns eram estagiários, outros foram demitidos por Musk antes do novo contrato, e alguns eram peças importantes: o chefe da divisão de Piloto Automático e também o vice-presidente sênior de Engenharia, Doug Field, agora são funcionários de Tim Cook.
Por que isso acontece?
Em entrevista com um engenheiro da Tesla que ainda trabalha lá e preferiu não se identificar, a CNBC descobriu os motivos que levam a essa troca em massa: basicamente, o sentimento de liderança, o salário competitivo e os produtos atraem os funcionários.
Pode parecer óbvio aceitar uma oferta da Apple, mas vale lembrar que a Tesla é uma fabricante de bastante potencial e que já revolucionou o mercado automotivo.
Entretanto, os problemas internos da marca, a demora na entrega de modelos e até o turbulento gerenciamento de Musk podem pesar nesse momento.
O lado da Tesla
A Tesla já emitiu um comunicado a respeito do assunto. Confira abaixo ele traduzido na íntegra:
"Desejamos a eles o melhor. A Tesla é o caminho difícil. Temos 100 vezes menos dinheiro que a Apple, então claro que eles podem bancar maiores pagamentos. Estamos em batalhas extremamente difíceis contra companhias automobilísticas estabelecidas que fazem 100 vezes mais caros que nós fizemos no ano passado, então claro que isso é um trabalho duro. Não temos nem mesmo dinheiro para propaganda, patrocínio ou descontos, então precisamos sobreviver somente na qualidade dos nossos produtos.
De qualquer forma, acreditamos na nossa missão e que ela vale o sacrifício de tempo e da barreira de negatividade incessante por aqueles que nos desejam o mal. E segue a vida. O mundo precisa ir em direção à energia sustentável e precisa fazer isso agora".
Fontes