A Apple foi líder na era do download legal de música, com os iPods, mas não ainda não conseguiu estabelecer esse domínio da mesma forma nesse período de efervescência do streaming, com o Spotify na ponta. Isso pode estar mudando, pois recentemente boatos ventilaram a Maçã na frente da concorrente em número de assinantes pagos nos Estados Unidos. Essa rivalidade tem aumentado nos últimos meses e agora o CEO Tim Cook põe um pouco mais de lenha na fogueira.
Apple Music está ligeiramente à frente do Spotify em número de assinantes pagos nos Estados Unidos
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Bem, antes de mais nada é necessário dizer que o Spotify continua líder global, com 160 milhões de assinantes, dos quais 70 milhões são pagantes. Sua plataforma tem a opção gratuita com algumas limitações — como não poder selecionar a faixa e baixar as músicas e ter que ouvir anúncios — e possui planos de R$ 8,50 (universitário), R$ 16,90 (básico) e R$ 26,90 (familiar) mensais (US$ 4,99, US$ 9,99 e US$ 14,99 nos Estados Unidos). Para ajudar na distribuição, o app vem embutido nos smart speakers Amazon Echo e Google Home — ainda não há sinais do dispositivo próprio da companhia, algo que chegou a aparecer no noticiário há alguns meses.
Já a Apple conta com 45 milhões de assinantes pagos no mundo todo e possui período de testes gratuito de três meses, mas não possui versão grátis. Os planos são semelhantes, com valores parecidos nos Brasil (R$ 8,50, R$ 16,90 e R$ 24,90 mensais) e iguaizinhos em solo ianque. A maior diferença na distribuição está no fato do Apple Music vir embutido em todos os seus dispositivos, incluindo o Apple HomePod, que ainda não vingou.
Segundo o Digital Music News, tanto o Apple Music quanto o Spotify dividem a liderança nos serviços de streaming musical pago estadunidenses, com 20 milhões de assinantes, só que a Maçã estaria na frente. Segundo Tim Cook, a maior razão seria porque sua empresa continua acreditando que a música se trata de arte e não de números.
“Não estamos nessa por dinheiro”, diz Cook
Em entrevista à Fast Company, Cook se disse preocupado com a direção que a indústria do streaming vem tomando e afirmou que a as sugestões computadorizadas por algoritmos está “sugando a alma da música”. “Nós nos preocupamos com a humanidade sendo drenada da música, sobre isso se tornar um tipo de mundo de bits e bytes, ao invés de arte e artesanato.”
Apple prefere por abordagem mais "humana" com maior conteúdo criado por curadores
O CEO da Apple fez questão de não citar o Spotify, mas suas críticas foram claramente direcionadas ao rival. Sua direção aposta constantemente na curadoria humana para as seleções das principais playlists e “preferidas dos editores". Além disso, a Maçã conta com escolhas de álbuns de destaque, entrevistas com artistas, estações de rádio ao vivo e outras interações que “humanizam” sua plataforma.
O Spotify conta com curadoria humana, mas não de maneira tão específica ou atuante, o que pode estar mudando, pois recentemente tirou da própria Gigante de Cupertino seu curador do setor de Rhythm and Blues, Carl Chery, para trazer mais alma à sua audioteca. Além disso, a empresa trouxe as seleções semanais de rap do Rap Caviar justamente para também “humanizar” a plataforma.
Como a Apple não gosta de ser incomodada nos assuntos que ela domina — e Cook acredita que o grande diferencial da Apple Music é ter mais humanos no comando —, o CEO não gostou nada dessa história. Aliás, como a empresa foi a primeira a alcançar US$ 1 trilhão de valor de mercado recentemente, uma declaração em particular pode até soar como uma ameaça: “não estamos nessa por dinheiro”. O que, em outras palavras, pode significar que ela não tenha medo de investir para tirar a liderança do Spotify, mesmo que seja somente na fatia dos assinantes pagos.
“Não consigo me exercitar sem música. Ela me inspira, motiva. E à noite também ajuda a me acalmar. Acho que é melhor do que qualquer remédio”, filosofa Cook.
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