Quem já usou torrents para compartilhar arquivos conhece bem o nome BitTorrent, nome do protocolo peer-to-peer que também é uma empresa, detentora de outro aplicativo famoso, o uTorrent. A companhia, que anda oscilando no mercado há algum tempo, agora ganha mais estabilidade com a confirmação da aquisição pela Tron, startup de blockchain que atua como casa de criptomoeda e tem sedes em Pequim e São Francisco.
O negócio já vinha sendo comentado desde o início do ano e em junho as duas empresas chegaram a um consenso. Faltava então somente a aprovação entre os acionistas da BitTorrent, que nesta semana selaram a venda pelo valor de US$ 126 milhões.
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A transação foi confirmada via blog oficial. “A BitTorrent continuará operando a partir do novo local da TRON em São Francisco, que agora é o centro de operações para a expansão do mercado global da empresa. A divisão fornecerá suporte robusto para o desenvolvimento de negócios e parcerias globais da TRON, enquanto busca sua visão para o maior ecossistema descentralizado do mundo.”
Empresas prometem não mudar nada, pelo menos inicialmente
Criada nos Estados Unidos em 2014, a BitTorrent afirma ter atualmente 100 milhões de usuários ativos. A empresa passou por momentos de turbulência ao longo de sua história, por não saber exatamente como monetizar seu serviço — normalmente atrelado à pirataria. Ultimamente, ela tem conseguido aumentar sua receita com venda de anúncios para seus apps no Android e iOS, além da publicidade no uTorrent e conteúdo no BitTorrent Now, com a distribuição de vídeos e música.
Ambos os representantes da BitTorrent e da Tron afirmaram que a princípio nada muda em todas as ofertas existentes, afastando, pelo menos inicialmente, a possibilidade de cobrança. A Tron também adiantou que não deve integrar as plataformas com finalidade de mineração ou transações com moedas digitais.
Ainda não dá para saber exatamente o que vai resultar dessa união, mas, dado as especialidades de cada uma pode ser que haja o compartilhamento de arquivos com tecnologia blockchain. Já chamado por ambas como “o maior ecossistema descentralizado do mundo”, ele poderia oferecer o mesmo conteúdo que a Netflix ou Amazon Prime, mas sem uma única plataforma central paga como intermediário para distribuição até o usuário. Vamos ver no que isso vai resultar.