O WhatsApp começou uma campanha contra a desinformação e a disseminação de notícias falsas na Índia através de jornais impressos. O mensageiro comprou espaços de anúncios de página inteira em publicações em inglês, hindi e outras línguas faladas na região para dar dicas de como descobrir se uma notícia é verdadeira ou não.
O objetivo do mensageiro é impedir que novos casos de linchamento aconteçam na Índia por conta de boatos tidos como verdadeiros pela população. Somente entre o fim de junho e o início de junho, pelo menos oito pessoas foram assassinadas no país por serem acusadas através de boatos no mensageiro de sequestrar crianças. Em todos os casos, a polícia confirmou que as vítimas eram inocentes, tendo a população linchado pessoas que nunca se envolveram com crime algum.
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O fato de uma mensagem ser compartilhada muitas vezes não a torna verdade
Por isso, os leitores dos jornais que circulam com os anúncios do WhatsApp são aconselhados a checar as informações que recebem através do mensageiro. É recomendado que se veja se as mensagens foram realmente escritas pela pessoa que lhe enviou ou se ela simplesmente repassou o conteúdo — o WhatsApp está testando na Índia um novo recurso para indicar quando alguém simplesmente encaminha mensagens para outras pessoas.
“Não se preocupe com a quantidade de vezes que você recebeu uma mensagem”, diz um trecho do anúncio. “O fato de uma mensagem ser compartilhada muitas vezes não a torna verdade”.
Anúncio em contracapa de jornal indiano
Logo a frente do Brasil, a Índia é o maior mercado do WhatsApp. Há mais de 200 milhões de usuários do mensageiro por lá, o equivalente à população inteira do Brasil. Dessa forma, mensagens mal-intencionadas repassadas em forma de corrente podem atingir uma grande audiência.
Depois do ocorrido, na Índia, o WhatsApp também iniciou um programa para financiar pesquisas acadêmicas que possam ajudar a plataforma a entender os processos de desinformação dentro do mensageiro.
Fontes