Você pode não se lembrar, mas Dennis Rodman já foi conhecido como o “melhor reboteiro” da NBA e fez parte do lendário time campeão de Michael Jordan no Chicago Bulls. Não sei se sabem também, criptomoedas usadas em transações de maconha têm se multiplicado ultimamente. E o que as duas coisas têm a ver? Bem, Rodman aproveitou o histórico encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un para promover a PotCoin, durante sua passagem por Cingapura.
Viagem de Rodman para a Coreia do Norte aumentou o volume de negócios da PotCoin
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Muita informação, né? Então vamos por partes. A PotCoin é uma opção de moeda digital com tecnologia blockchain lançada em 2014, por três empreendedores de Montreal, no sugestivo horário das 4h20 da tarde. O site a descreve como “uma solução bancária para o negócio global legalizado de US$ 100 bilhões da indústria da maconha”. Assim como a dopecoin, hempcoin, cannabiscoin e outras menores, é, digamos, uma alternativa discreta para concretizar negociações do ramo.
Dennis Rodman. Em sua época de jogador ele era falastrão e polêmico, nunca economizou nos abusos. Desde o ano passado, tornou-se um dos embaixadores da PotCoin. Apoiador de Trump, ele entrou nessa fase com uma postura bem diferente de seus tempos de quadra, espalhando palavras de amor por aí.
Agora, em sua segunda viagem com o "assunto Coreia do Norte" — patrocinada pela PotCoin — ele estaria em missão de paz, “para dar o suporte necessário aos meus amigos Donald Trump e Kim Jong-un”, afirmou no Twitter. Olha, sua visitinha parece ter dado certo: o volume de negócios da PotCoin aumentou nas últimas 24 horas e passou de US$ 1,1 milhão.
É a terceira vez de Rodman envolvido com a Coreia do Norte
Essa é a terceira viagem de Rodman envolvendo assuntos com a Coreia do Norte e a segunda patrocinada pela PotCoin. A primeira vez foi 2013, quando o ex-jogador foi acompanhado por uma comitiva dos primeiros estadunidenses a se encontrarem com o líder do país.
“Minha missão é quebrar o gelo entre países hostis. Manter-nos seguros não é realmente meu trabalho; é o trabalho do Obama. Mas vou lhe dizer uma coisa: se eu não terminar entre os três primeiros para o próximo Prêmio Nobel da Paz, algo está seriamente errado”, disse o fanfarrão, na época.
Sua segunda visita foi no ano passado e, como contrapartida à PotCoin, Rodman utilizou uma camiseta e um boné da moeda digital. A exposição valeu a pena para companhia: a moeda digital subiu 60% temporariamente e chegou aos US$ 0,17. Desta vez, somente com presença em Cingapura, houve alta de 20% e estabilizou-se em 15%, com o preço caindo e atualmente girando em torno de US$ 0,09.
Celebridades vêm sendo usadas para turbinar transações de criptomoedas iniciantes
O governo norte-americano e o próprio Trump não querem saber de associação com a imagem de Rodman, mas fato é que o uso de celebridades para dar credibilidade às novas opções de criptomoedas tem se tornado uma constante ultimamente. É bem verdade que, em muitos dos casos, os planos vão por água abaixo porque simplesmente não dá para levar a sério, como aconteceu com Steven Seagall.
Recentemente vários outros rostos conhecidos do showbizz, a exemplo de Ghostface Killah, do Wu-Tang Clan; do ator e cantor Jamie Foxx; e do lutador de boxe Floyd Mayweather. Mas, ainda que a modinha pareça inofensiva, a Comissão de Segurança e Câmbio (SEC, em inglês), já deixou o recado:
“As celebridades que endossam um investimento muitas vezes não têm conhecimento suficiente para garantir que o investimento seja apropriado e esteja em conformidade com as leis federais de valores mobiliários.” Portanto, é bom ficar de olho.
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