A Xiaomi está preparando a sua entrada no mercado de ações, processo conhecido como Oferta Inicial de Ações ou IPO (Initial Public Offering), e pode criar dezenas de milionários nas próximas semanas. Isso porque boa parte da companhia é de propriedade dos 56 primeiros funcionários da companhia, que começou em 2010 em um escritório muito simplista em Pequim, na China.
Essa IPO deve ser a maior do mundo desde 2014, quando a também chinesa Alibaba entrou na bolsa. Espera-se que a Xiaomi arrecade algo entre US$ 1,4 e US$ 3 bilhões, vendendo publicamente alguma porção da companhia entre 15% e 25%. Ainda não há informações oficiais sobre esses valores, entretanto.
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De qualquer forma, os 56 funcionários que levantaram US$ 11 milhões em 2010 para fazer a Xiaomi decolar, colocando todas as suas poupanças e até mesmo um dote de casamento no bolo, serão imensamente recompensados por conta do sucesso que a fabricante de smartphones chinesa vem registrando. Em oito anos, a Xiaomi se tornou uma das maiores empresas nesse segmento, superando marcas famosas há décadas, como LG, Motorola, Sony e muitas outras.
Começou com Li Weixing
Toda essa história de funcionários poderem investir na Xiaomi começou com Li Weixing, que vinha do departamento de engenharia de software da Microsoft. Ele foi o décimo segundo contratado pela Xiaomi e decidiu conversar com a chefia para ver se poderia investir sua poupança na empresa onde trabalhava. Ele tinha 500 mil yuanes — algo próximo de 285 mil na cotação de hoje — e contou à Bloomberg que isso não era o suficiente para comprar uma casa. Dessa maneira, ele resolveu conversar com o CEO da Xiaomi, Lei Jun, para ver se poderia colocar seu dinheiro na companhia, uma vez que não estava disposto a investir no mercado de ações.
Uma mulher que era recepcionista da Xiaomi na época colocou todo o seu dote de casamento na companhia
Como Lei e outros cofundadores estavam colocando suas próprias economias na companhia, eles concordaram, abrindo assim a porta para outros funcionários fazerem o mesmo. Uma mulher que era recepcionista da Xiaomi na época colocou todo o seu dote de casamento na companhia.
Esse dote pode rendê-la hoje algo entre US$ 1 e 8 milhões. Já no caso de Li, sua conta bancária pode ficar entre US$ 10 e 20 milhões mais gorda. Depois de algum tempo, a Xiaomi criou um limite mínimo de investimento para impedir que funcionários fizessem empréstimos para colocar dinheiro na empresa. Caso nada desse certo, esse tipo de coisa poderia destruir algumas vidas.
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