A rivalidade entre Bill Gates, cofundador da Microsoft, e Steve Jobs, cofundador da Apple, superou o setor de tecnologia e chegou a se tornar, entre meados de 80 ao fim de 90, uma ampla guerra comercial no crescente mercado mundial. Já mais velhos, no início dos anos 2000, ambos se aproximaram e deixaram as brigas para trás. Agora, em entrevista concedida nesta segunda-feira (07), Gates fez questão de dizer que a Maçã “é uma companhia incrível”.
A Apple tem a posição mais forte entre todas as empresas de tecnologia, diz Gates
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
“(A Apple) não é como uma empresa de tecnologia especulativa que ainda está perdendo dinheiro ou qualquer coisa. As principais empresas de tecnologia têm uma posição de lucro muito forte agora. E a Apple tem a posição mais forte de todas", disse Gates, em entrevista à CNBC, durante conversa que reuniu também o CEO da Berkshire Hathaway, Warren Buffet, e o vice-presidente do conselhor de diretores, Charles Munger.
Entre outros assuntos, eles falaram sobre criptomoedas, sobre a Alphabet e os investimentos feitos na Apple — Gates possui ações da companhia de Cupertino e a Berkshire Hathaway adquiriu recentemente mais 75 milhões de papéis, acumulando nada menos do que 240,3 milhões de cotas, avaliadas em US$ 42 bilhões.
Conflito de Gates com a Apple marcou o mercado dos anos 90
Se hoje Gates é só elogios, ontem não era assim. No começo dos anos 90, o cofundador da Microsoft costumava fazer de tudo para ofuscar a Maçã no mercado de tecnologia — especialmente minando a compatibilidade das máquinas da Apple ao direcionar a indústria para serviços e produtos que só funcionavam com o Windows.
Por outro lado, a Apple (assim como Jobs) acusava a Microsoft de ter desmembrado o Macintosh e roubado ideias de elementos gráficos para sua própria interface de usuários — o que motivou, inclusive, ações judiciais por violação de direitos autorais. Assim como acontece atualmente, ambas as empresas também “tiravam onda” uma da outra em peças publicitárias.
Com o tempo — e com a idade — os dois jovens se tornaram executivos de sucesso, especialmente quando Jobs retornou à Apple, em 1997. A rivalidade esfriou um pouco após o surpreendente anúncio do investimento de US$ 150 milhões da companhia de Redmond na Gigante de Cupertino. Com o acordo, os Mac passaram a suportar o pacote Office e o Explorer, deixando para trás a batalha nos tribunais.
Depois dos anos 2000, então, a dupla passou a se encontrar e até a estar juntos no mesmo palco em conferências. Não à toa, esse relacionamento curioso foi tema do filme “Piratas da Informática”, dirigido por Martyn Burke e lançado em 1999.
Fontes
Categorias