De acordo com um escritor britânico que se infiltrou em um armazém da Amazon no Reino Unido, os funcionários que separam e embalam os produtos vendidos pela companhia de Jeff Bezos temem ir ao banheiro, pois podem ser disciplinados por estarem fazendo pausas muito longas no trabalho, deixando, portanto, suas metas para trás.
O escritor James Bloodworth — que trabalhava em um livro sobre empregos de baixo rendimento — explicou que algumas pessoas urinavam em garrafas para não perderem tempo indo ao banheiro, uma vez que eles ficavam normalmente muito longe de suas estações de trabalho.
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As pessoas simplesmente mijavam em garrafas porque tinham medo de serem disciplinadas por ‘tempo ocioso’
“Para nós que trabalhamos no último andar, os banheiros mais próximos ficavam a quatro lances de escada”, disse o escritor em uma entrevista com o periódico The Sun. “As pessoas simplesmente mijavam em garrafas porque tinham medo de serem disciplinadas por ‘tempo ocioso’ e de serem demitidas só porque precisavam ir ao banheiro”, completou.
Bloodworth ainda detalhou que os separadores e empacotadores da Amazon no Reino Unido possuem metas bem ambiciosas para cumprir em seus turnos. Dessa forma, ir ao banheiro poderia comprometer toda o desempenho diário do funcionário. Segundo ele, algumas pessoas simplesmente não bebem água para não sentirem vontade de urinar.
Metas
O Business Insider também foi atrás do assunto e citou uma pesquisa em separado, feita de forma anônima com 241 funcionários de armazéns da Amazon no Reino Unido. “Eles aumentam a meta todo ano. Eu não tenho duas pernas extras […] Empacotar 120 produtos por hora é absurdamente pesado”, disse um funcionário anônimo.
A Amazon, por sua vez, diz que não reconhece essas alegações de más condições de trabalho. Em uma nota oficial enviada ao Business Insider, a empresa afirmou que a situação é, de fato, o oposto.
“A Amazon oferece um espaço de trabalho seguro e positivo para milhares de pessoas em todo o Reino Unido, com salário competitivo e benefícios desde o primeiro dia. Não nos ofereceram nenhuma confirmação de que as pessoas que responderam à pesquisa realmente trabalham para a Amazon e nós não reconhecemos essas alegações […]”.
Fontes