No final do mês passado, surgiu uma notícia de que o astrônomo amador Scott Tilly tinha detectado um satélite da NASA desaparecido há muito tempo. Na verdade, ele procurava vestígios do ZUMA, um satélite norte-americano espião lançado pela SpaceX que, segundo o Pentágono, não conseguiu entrar em órbita e sumiu no céu após seu lançamento, em janeiro. Agora, a NASA confirmou oficialmente que o sinal detectado pelo astrônomo canadense é realmente do satélite IMAGE (Imager for Magnetopause-to-Aurora Global Exploration), desaparecido desde 2005.
Os engenheiros da agência espacial, então, acionaram a Deep Space Network — uma rede de radiotelescópios terrestres usados para se comunicar com missões espaciais — para identificar o sinal do satélite, que viria a ser confirmado por suas cinco antenas separadas, colocando-o de volta ao seu controle.
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O IMAGE foi lançado em março de 2000 e superou sua missão planejada de 2 anos, funcionando até o final de 2005. Originalmente, o satélite foi projetado para estudar a magnetosfera da Terra e, com base em seu relatório final, foram feitas 37 descobertas científicas. Em 2007, durante um eclipse, uma nova tentativa de restabelecer uma comunicação foi realizada, mas possivelmente suas baterias não aguentaram, o que fez a NASA encerrar sua missão.
Em comunicado, a NASA revelou que o retorno do satélite à “vida” é ainda mais misterioso do que se podia imaginar. Quando o IMAGE perdeu contato, ele estava usando seu hardware de backup depois que o conjunto primário foi desativado. E após o seu retorno, o satélite estava novamente usando seu hardware principal.
Para o próximo passo, a agência espacial está criando um pequeno centro de controle que vai comandar o satélite e avaliar o estado dos instrumentos científicos. Caso algum esteja funcionando, a NASA convocará um grupo de cientistas para descobrir se os dados podem ser usados para fazer alguma descoberta científica de baixo orçamento.
"Cientistas e engenheiros do Centro Espacial Goddard, da NASA, em Maryland, continuarão tentando analisar os dados da nave espacial para aprender mais sobre o seu estado", disse a agência espacial. "Esse processo levará uma ou duas semanas, pois requer certo tempo para adaptar o software antigo e o banco de dados de informações a sistemas mais modernos".
Para os interessados na saga, a NASA criou uma página na internet a fim de postar atualizações sobre suas tentativas de reviver o satélite.
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