Quando o TecMundo fez a lista de tecnologias, produtos e serviços que completam 20 anos em 2018, muita gente ficou assustada. Pois é: a década de 90 e aquelas lembranças que "parece que foram ontem" já estão mais longe do que parece.
Entrando na mesma onda, reunimos agora o que está completando dez anos de vida neste ou nos próximos meses — e com certeza você vai encontrar aniversariantes que você jurava que não eram tão velhos assim.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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1) Google Chrome
O mercado de navegadores sempre foi turbulento. No começo de 2008, o Internet Explorer permanecia o líder isolado (especialmente por ser o programa padrão do Windows), mas o Firefox crescia lentamente na vice-liderança, sem qualquer grande ameaça atrás. Só que a Google resolveu entrar nessa briga e rapidamente virou um concorrente de peso.
Lançado em setembro de 2008 para Windows XP, o primeiro Google Chrome se inspirava na página inicial do buscador para ser "objetivo e simples" e já separava o processamento de cada aba para que eventuais erros em uma não prejudiquem as outras. Tanto o WebKit, da Apple, quanto ferramentas da rival Mozilla, dona do Firefox, foram usados. Hoje, segundo o StatsCounter, o Chrome é líder de mercado em destkop com o triplo de porcentagem de mercado da concorrente de código aberto.
2) Airbnb
Os colegas de quarto Brian Chesky e Joe Gebbia precisavam de uma renda extra para conseguir pagar o aluguel e, como solução, colocaram um colchão de ar na sala de estar e cobraram a diária. A solução temporária virou uma startup e, em agosto de 2008, nascia o AirBed & Breakfast — ou Airbnb.
A ideia era conseguir um quarto em três cliques, mas a ideia demorou para decolar. A dupla teve até que vender caixas de cereal baseadas nos candidatos à presidência dos EUA daquele ano (Barack Obama e John McCain) para juntar as primeiras economias. No primeiro ano, o serviço de alguel de quartos ou apartamentos inteiros já garantiu um invenstimento de US$ 7,2 milhões e começou a dar dor de cabeça para hoteis.
3) Spotify
Muita gente hoje não consegue viver sem streaming de música e um dos principais concorrentes desse mercado completa uma década em 2008. O Spotify foi lançado em agosto daquele ano por uma companhia na Suécia depois de dois anos de pesquisa e desenvolvimento.
Logo de cara, eles já conseguiram parcerias com grandes gravadoras e cobravam assinatura pelo serviço — e já eram criticados por não pagar o suficiente aos artistas. Se você achava que ele era mais novo, não se culpe: o serviço demorou pra se expandir pelo mundo: chegou aos EUA só em 2011 e ao Brasil em 2014.
4) App Store
Acredite se quiser, mas a loja de aplicativos para dispositivos com iOS não surgiu junto com os dispositivos móveis da Apple. A App Store foi inaugurada em julho de 2008 e tinha "só" 500 aplicativos no catálogo. A Maçã tentou patentear o nome, mas não conseguiu — a expressão rapidamente começou a ser usada para definir qualquer catálogo online de aplicativos.
E quase que essa ideia não saiu: antes do primeiro iPhone, Steve Jobs não queria aceitar apps nativos de outras desenvolvedoras no celular, apenas versões web para rodarem no Safari. As críticas fizeram a empresa mudar de ideia e lançar o kit de desenvolvimento ainda em 2008. A App Store já gerou mais de US$ 70 bilhões em receita para criadores.
5) iPhone 3G
Segunda geração do smartphone da Apple, o iPhone 3G também foi o primeiro com App Store embutida. Além disso, ele também estreou na família recursos que hoje em dia são indispensáveis: dados móveis 3G, GPS e multibandas. Ele tinha duas opções de armazenamento (8 GB e 16 GB), sendo que a de mais espaço podia vir na cor branca.
Esse também foi o primeiro iPhone lançado oficialmente no mercado brasileiro, sempre vinculado com operadoras — no caso, Claro e Vivo. Para efeitos de comparação, o modelo de 16 GB custava na época R$ 1.529 reais com um plano mensal de R$ 151.
6) Xperia X1
A linha Xperia é uma das mais reconhecidas atualmente, apesar de não ter mais o mesmo prestígio dos últimos anos. E tudo começou justamente em 2008, com o lançamento do Xperia X1.
Ele ainda levava o nome da Sony Ericsson (que passaria a ser apenas Sony em 2012) e foi apresentado na MWC 2008, mantendo a tradição de revelações de modelos top de linha na feira. O X1 usava Windows Mobile 6.1 como sistema operacional e tinha um teclado físico que deslizava na horizontal. Outras especificações incluem bateria de 1.500 mAh, tela de 3" resistiva de resolução 800x480 pixels, 512 MB de memória interna e câmera traseira de 3,2 MP.
7) Android
Achou estranho o Xperia X1 não usar Android? É que o sistema operacional da Google estava em seu primeiro ano de vida em 2008, estreando no smartphone HTC Dream. Fundada por Andy Rubin, a empresa Android já existia há cinco anos como desenvolvedora de software e foi comprada pela Google em 2005.
Mas o projeto de um sistema operacional com kernel baseado em Linux demorou para sair, sendo revelado junto com uma parceria com a Open Handset Alliance e várias fabricantes mobile famosas. A primeira versão tinha Android Market (futura Google Play), sincronização com Gmail e notificações, mas era só 1.0 mesmo — só a 1.5, ou Cupcake, inaugurou a nomenclatura de doces.
8) Tesla Roadster
A Tesla nasceu em 2003 e demorou cinco anos para começar a produzir e enviar as primeiras unidades do carro de estreia da montadora. A empresa, fundada por Martin Eberhard e Marc Tarpenning com investimentos posteriores de Elon Musk (que depois viraria o CEO), sonhava em fornecer automóveis elétricos acessíveis e restabelecer esse mercado cheio de potencial.
O Roadster fazia até 350 km em uma carga e vai de 0 a 100 km/h em pouco menos de 4 segundos. Ele teve uma produção limitada e foi recebido de forma mista pela comunidade — que já não curtiu a demora para ele sair do papel. O Roadster até já foi ao espaço teve uma segunda geração anunciada para lançamento em 2020.
9) USB 3.0
Se hoje o papo é USB-C e o aparecimento dele em novos dispositivos móveis, a grande novidade em termos de conectividade em 2008 era o USB 3.0. O padrão foi anunciado em novembro, só que levou mais de um ano para ser colocado em prática.
A versão 3.0 prometia taxa de transferência dez vezes mais rápida que a anterior, tanto que era chamada de SuperSpeed. Além disso, trazia aumento de banda e melhor gerenciamento de energia. Como os cabos eram praticamente iguais, o padrão era de que oUSB 3.0 fosse diferenciado do 2.0 pela cor azul no interior do conector.
10) Groupon
Você se lembra quando sites de cupons de desconto estavam na moda e muita gente só fazia passeios e refeições com os descontos? O Groupon (mistura de “group” com “coupon”) nasceu em 2008 fruto de uma startup anterior de Andrew Mason, que descobriu que vendas conjuntas de certo produto ou serviço geravam desconto.
No começo, a empresa só oferecia um desconto diário por tema e precisava de um mínimo de pessoas interessadas para gerar o desconto — uma forma de não trazer prejuízo aos negócios dos parceiros. O sucesso foi absurdo e gerou um boom de companhias com serviços similares. Um dos concorrentes aqui no Brasil é o Peixe Urbano, que foi incorporado pelo rival em novembro de 2017.
11) Zeebo
Tem espaço para games na lista — só que é um projeto bem peculiar. O Zeebo foi um console brasileiro anunciado em novembro de 2008 em uma parceria com a fabricante de processadores Qualcomm e a brasileira TecToy.
O console era promissor, mas o alto preço de lançamento (R$ 499) e a baixa qualidade dos títulos em relação aos consoles de ponta tiraram qualquer chance de sucesso do Zeebo em vendas. Ele tentou uma sobrevida com jogos educativos e em países emergentes, mas foi descontinuado em maio de 2011. Hoje, tem modelo sendo vendido por até R$ 1 mil em sites como o Mercado Livre.
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