Após serem estabelecidos multas, processos e um clima ligeiramente tenso internacionalmente, a Google está procurando alguém para o cargo de políticas internacionais. Foi reportado que a empresa está considerando Jake Sullivan – antigo vice-chefe de gabinete de Hillary Clinton – para preencher uma importante vaga, que assumiria situações envolvendo políticas e regulamentações, principalmente junto à Europa.
Com a União Europeia, a Google enfrenta alguns casos envolvendo problemas com suas operações, um dos quais já resultou em uma multa recorde equivalente a R$ 8,9 bilhões. Nesse caso específico, as autoridades europeias investigaram privilégios no mecanismo de comparação de preços, evidenciando concorrentes importantes do serviço Google Shopping (como é conhecido) que só começavam a aparecer, em média, na quarta página, nos resultados de busca.
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Esse posicionamento nos resultados de busca tem enorme impacto e, por isso, a Google estaria sendo abusiva em seu domínio da ferramenta. Além da multa, foram impostas duas condições a serem cumpridas: aplicar aos concorrentes o mesmo posicionamento dado aos seus serviços em um ranquamento justo, bem como se submeter ao monitoramento da UE. No caso de descumprimento, a Google terá que pagar 5% de seu rendimento diário na Alphabet (empresa-mãe). Acredita-se que o resultado desse caso abre um precedente e dá força para outras investigações.
Voltando ao cargo em aberto, Jake Sullivan, segundo o site Bloomberg, é um entre uma dúzia de candidatos e não é certo que receberá uma oferta de emprego. Ele, além de ter trabalhado como vice-chefe de gabinete do Departamento do Estado, foi um dos conselheiros de Hillary Clinton durante sua campanha presidencial em 2016, bem como conselheiro de segurança nacional do vice-presidente Joe Biden.
A procura por Sullivan vem após Caroline Atkinson deixar o cargo em políticas internacionais, em setembro de 2017. Nesse meio-tempo, quem tem assumido as atividades relativas à função é o diretor Leslie Miller. Outro destaque de Jake Sullivan foi durante o governo de Barack Obama: ele foi enviado secretamente em 2012 para iniciar as negociações que resultaram no acordo nuclear do Irã, encerrando um embargo de décadas naquele país.
Polêmica dos emails
Sullivan seria um dos conselheiros de Clinton que teria pleno conhecimento sobre o uso feito pela ex-candidata de uma conta privada de email, quando era Secretária de Estado. Na época, o ex-diretor do FBI James Comey anunciou que Clinton havia sido extremamente descuidada ao lidar com informações importantes e confidenciais, mas que não existia base para maiores investigações. Hillary alegou na época ter usado o servidor de email pessoal por simples conveniência.
Quando ela assumiu o cargo de Secretária, o regulamento dizia que os funcionários que usassem contas pessoais deveriam assegurar que todas a correspondência oficial fosse entregue ao governo e, dez meses depois, o regulamento foi alterado, mas ainda assim permitia o uso de contas pessoais, desde que os dados federais fossem arquivados no sistema, adequadamente (requisito que Hillary alega ter sido cumprido).
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