A Black Friday é um dos dias mais aguardados do ano por muita gente, inclusive aqui no Brasil. E a edição de 2017 já está chegando, então nada mais justo do que falar sobre essa data que já faz parte da história da tecnologia há algum tempo.
Antes de sair comprando por aí, conheça a origem desse dia nos Estados Unidos, a exportação da data também para o Brasil e descubra: afinal, por que ela se chama "sexta-feira negra"?
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Muitas sextas por aí
A origem da Black Friday é uma confusão. Se você pesquisar por aí, vai ver que uma série de sextas-feiras negras batizadas por causa de desastres ao redor do mundo. Tem a da Inglaterra em 1688, quando sete bispos foram presos e julgados pelo rei Jaime II; a de 1939 na Austrália, quando incêndios queimaram 20 mil quilômetros quadrados e mataram 71 pessoas; e a de 45 na Noruega, uma batalha aérea da Segunda Guerra Mundial que terminou com vitória da Alemanha nazista. Isso só citando alguns exemplos.
O Julgamento dos Sete Bispos é um retrato da Black Friday britânica.
Já nos Estados Unidos, Black Friday foi usado pela primeira vez em 1869. Dois especuladores, Jay Gould e James Fisk, tentaram assumir o controle do mercado do ouro no país e acabaram gerando uma pequena crise financeira nacional. Nada a ver com o significado de hoje.
Tomando forma
Foi só quase um século depois que o dia começou a virar o que a gente conhece. E tem a ver com o Dia de Ação de Graças, ou Thanksgiving, que você provavelmente já viu em muitos filmes e séries por aí. Esse é um feriado nacional nos Estados Unidos hoje em dia celebrado na quarta quinta-feira de novembro. Antes um festival de colheitas, ele é comemorado desde o século 17, mas virou anual só com Abraham Lincoln em 1863.
O objetivo da data é agradecer a deus por tudo de bom que aconteceu até agora no ano, além de reunir a família em um jantar bem farto com pratos tradicionais, tipo peru e torta de abóbora.
O termo relacionado ao período de compras teria vindo da cidade da Filadélfia. Segundo o colecionador de selos raros Earl Apfelbaum, policiais na década de 60 chamavam o dia seguinte ao de Ação de Graças de Black Friday, porque ele era simplesmente um caos.
Muita gente viajava de volta pra casa ou pra outra cidade e às vezes coincidia com um jogo comemorativo de futebol americano entre os times da Marinha e do Exército. Era também o começo oficial da temporada de compras pro Natal. Tudo junto e no mesmo dia. Era muita gente na rua, um trânsito absurdo e uma ou outra confusão — quase como é hoje.
Uma data positiva
Mais ou menos uns 20 anos depois, o termo Black Friday abraçou só a parte de compras e virou positivo. Isso porque o dia significava a melhoria das economias das lojas, que passavam das contas escritas em vermelho, que os contadores usavam pra indicar as negativas, pro preto, cor da caneta que indicava as contas positivas.
Alguns comerciantes não gostaram do nome e tentaram mudar ele pra Big Friday, mas não pegou. O dia virou tradicional nos Estados Unidos e só foi ficando maior ao longo dos anos.
A Black Friday nos Estados Unidos começa um dia antes. Isso porque a data lá é muito mais nas lojas físicas, e as pessoas realmente acampam na frente dos estabelecimentos pra serem os primeiros a entrar. Os descontos lá são realmente absurdos e o povo fica maluco com as promoções, tipo o aniversário do Guanabara no Rio de Janeiro.
As lojas começaram a abrir cada vez mais cedo pra se adiantar em relação aos concorrentes e algumas até tentaram fazer as promoções na própria ação de graças, mas não deu tão certo.
As filas intermináveis para entrar na loja antes da hora
A galera também parte pra ignorância com frequência e casos de violência porque alguém pegou a última unidade de um produto ou empurrou a pessoa do lado acontecem direto. E volta e meia isso acaba em tragédia. Em 2008, naquela que é considerada a primeira fatalidade da Black Friday, um funcionário do WalMart morreu pisoteado por uma multidão que derrubou as portas do mercado quando as compras tavam prestes a começar.
egundo o contador de mortos e feridos da Black Friday, e sim, isso existe, já foram 10 mortes e 105 pessoas levadas pro hospital por brigas, quedas por empurrões e incidentes parecidos só nos últimos dez anos.
E a Cyber Monday?
Desde 2005, existe também a Cyber Monday. Ela é a segunda-feira pós Black Friday e é um dia de compras online com descontos. O termo foi criado por uma associação de varejo nos Estados Unidos que percebeu que o movimento do comércio ainda era grande, especialmente porque algumas pessoas trabalhavam durante a sexta-feira e perdiam parte das promoções, mas ainda queriam encher o carrinho. É meio que o que sobrou no estoque.
Dos EUA para o mundo
O sucesso nos Estados Unidos é tão absurdo que vários outros países importaram essa ideia. Eles não dão a mínima pro Dia de Ação de Graças e transformam todo esse significado que a gente contou em só um dia de vendas com descontos mesmo.
A Black Friday no Brasil.
É o caso de nações como todo o Reino Unido, Espanha, Japão e, claro, o nosso Brasil. A primeira edição oficial e organizada da Black Friday por aqui foi em 26 de novembro de 2010 com 50 lojas online participando e 3 milhões de reais de faturamento. Ela foi organizada pelo site Busca Descontos, que agregou e enviou aos usuários cadastrados as principais ofertas. Ele é o responsável pelo site BlackFriday.com.br e atua também em outras datas com descontos no país, tipo o Brasil Game Day e o Dia do Frete Grátis.
O negócio cresceu, praticamente todo o varejo aqui do país adotou e a data hoje já é oficial. Em 2016, foram 1,9 bilhão de reais em vendas e 2017 promete passar de 2,2 bilhões, isso só no eCommerce. Tem até loja online sobrecarregando por causa dos acessos na virada do dia e fila de gente carregando TVs gigantes em lojas físicas. Ah, e quem achava que isso iria impactar as vendas do Natal ou vice-versa caiu do cavalo.
Uma das várias montagens sobre a frustração com a Black Friday brasileira.
Só que muita gente ainda fica meio desconfiada, já que muitas lojas daqui fazem o bom e velho “dobro pela metade do preço”, inflando os valores dos produtos dias antes e dando descontos incríveis que, na verdade, são nada mais do que o preço original. Tem também as lojas de malandros que prometem e não entregam ou só saem com o seu dinheiro mesmo. Felizmente, essa “black fraude”, como a galera chama, tá cada vez mais rara e serviços como o Reclame Aqui e o próprio Procon agem pra proteger o consumidor.
A "Black Friday" chinesa
Recentemente, a gente tem feito compras online também no dia 11 de novembro, uma data que é chamada de um jeito informal de Black Friday chinesa. Lá no país, é o Dia dos Solteiros, que começou a ser comemorado em uma universidade como um festival de entretenimento e até pra tentar formar casais.
Desde 2009, o grupo Alibaba, do Aliexpress, usa a data pra vendas a preços especiais, e em 2012 até registrou oficialmente a marca de duplo 11 ou 11-11. Outros sites, como Gearbest e DealExtreme, também entraram na brincadeira com ofertas que são aproveitadas pelo planeta inteiro e, se tratando de China, os valores são inacreditáveis.
Quer Black Friday de verdade? A gente ajuda!
Não faltam mecanismos pra você saber como não cair nas armadilhas e aproveitar direito a Black Friday — inclusive TecMundo! Durante a Black Friday 2017, vamos selecionar a dedo só as verdadeiras ofertas, sem maquiagem de preço e com descontos que realmente valem a pena em lojas online, dando preferência pra produtos de tecnologia. Tem smartphones, games, eletrodomésticos e muito mais.
A cobertura ao vivo no site começa já no aquecimento, às 18 horas da quinta-feira, e vai até a Cyber Monday. A gente também vai manter a tradição com lives em vídeo pra falar das principais ofertas. Ficou interessado? Então clique aqui para acessar o nosso hotsite e boas compras!
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