Desde que as Bitcoins passaram a quebrar recordes de cotação em dólar, todo mundo passou a se interessar na tecnologia blockchain — que resumidamente descentraliza os dados em código aberto para encriptar e decriptar os dados, o que dificulta a identificação da origem e aumenta a segurança de transações financeiras. Relatório da consultoria Deloitte aponta que mais de 26 mil novos projetos baseados nessa novidade foram cadastrados no Github em 2016, mas a grande maioria perdeu o fôlego nesta temporada.
Um dos destaques nesse cenário é o uso do ambiente em código aberto como padrão
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Segundo o levantamento, o ano passado foi o grande “boom” do blockchain, tanto em iniciativas individuais quanto em grandes organizações. Em 2015, foram mais de 15 mil iniciativas, e somente no primeiro semestre de 2017 foram 25 mil. Contudo, de todas as frentes que começaram lá em 2016, somente 8% continuam ativas. O total é de 86.034 cadastros atuais no Github.
Esquema da Deloitte Insights mostra a evolução do blockchain no Github
A pesquisa confirma o fato de que toda nova tendência ou ruptura tende a passar por um período de “erro e tentativa” e adaptação, e um dos destaques nessa realidade é o fato de o ambiente em código aberto ter se tornado padrão nesse setor. Até mesmo fintechs e outras empresas do setor financeiro têm utilizado metadata da comunidade global de colaboração Github.
“A realidade dos projetos de código aberto é que a maioria é abandonada ou não consegue uma escala significativa. Infelizmente, o blockchain não é imune a essa realidade.”
As principais razões da “alta taxa de mortalidade”
De acordo com o Deloitte, mais de 90% dos projetos de blockchain desenvolvidos no Github ficaram ociosos em média ao longo de 1 ano, com a maior “taxa de mortalidade” nos 6 primeiros meses. A análise revelou 11 variáveis associadas a esse acontecimento, dos quais 3 são especialmente mais relevantes para os grupos empresariais.
A baixa concentração de contribuições ajudam a 'matar' os projetos atuais em blockchain
Em primeiro lugar, os projetos realizados pelos próprios usuários de blockchain tendem a ter vida útil mais curta. Eles podem sugerir e desenvolver, mas os protótipos costumam não ganhar força porque a ausência de bibliotecas mais amplas limita a criação de múltiplas aplicações.
O levantamento aponta a concentração de contribuições para um projeto como a segunda maior causa das “mortes precoces”. Muitas vezes, o desenvolvedor exclusivo ou líder desloca a atenção para outras frentes ou simplesmente “deixa para depois”. Por outro lado, os que sobrevivem tendem a ter múltiplas atividades de fontes diferentes.
O terceiro destaque fica por conta dos trabalhos com maior número de derivados em atividade. As cópias também tendem a apresentar os problemas acima, mas a quantidade acaba trazendo resultados variados, e alguns seguem para uma etapa mais avançada.
Ou seja, a gente ainda vai ouvir falar bastante de blockchain, ainda mais agora que as instituições oficiais têm trabalhado com essa tecnologia. Mas ainda vai levar algum tempo para que resultados estáveis sejam identificados em todas as esferas do mercado.
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