Que o Twitter não vai bem das pernas (ou das asas), a gente já sabe. Sem encontrar uma maneira convincente de monetização, o microblog viu seu valor na Bolsa despencar nos últimos anos. De outubro de 2015 para cá, as ações foram de US$ 28 para US$ 17. Mas quem acha que o fundador e CEO Jack Dorsey está chorando as pitangas enquanto assiste ao passarinho cair do voo está enganado. É que ele se divide entre dois negócios. Pela manhã, Twitter. À tarde, a desenvolvedora de plataformas de pagamento Square.
Quadradão, sqn
À primeira vista, o negócio da Square não parece tão sexy quanto o da rede social. Mas basta uma olhada nos números para essa impressão mudar. Fundada em 2009, três anos depois do Twitter, a empresa atingiu ontem o valuation de US$ 12,5 bilhões, apenas US$ 120 milhões a menos que o microblog. Para o NY Times, o produto deve ultrapassar o microblog ainda nesta semana, quando o Twitter anunciar seu report para o Q3. E, cá entre nós, ninguém está esperando uma ressurreição da Fênix.
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Cada um no seu quadrado
A Square nasceu 1 ano depois de os investidores do Twitter decidirem que Dorsey não estava fazendo um bom trabalho como CEO. O sujeito tinha um temperamento difícil — coisa de gente de Produto, será? — e não conseguia encontrar um jeito de fazer a rede social faturar o que precisava. Foi afastado da gestão e, ao estilo Steve Jobs, decidiu catar os cacos e começar uma nova empresa. A Square foi uma das primeiras startups a oferecer plataformas de pagamento mobile nos EUA. Hoje, tem capital aberto na Nasdaq e é dona de quatro soluções famosas para grandes, médios e pequenos negócios.
Daí, em 2015, os investidores bateram à porta de Dorsey pedindo para que ele voltasse à rede social. Baita responsa: ele teria de conseguir não só fazer dinheiro, mas também resolver os problemas de abusos que se espalhavam pela rede social e lidar com a constante queda no número de novos usuários. As promessas foram muitas, a entrega foi pouca, e a figura do "herói-fundador que à empresa torna", criada por Jobs, se desmanchou. Pelo menos no Twitter. Já a Square vem superando as expectativas de Wall Street trimestre após trimestre.
Dorsey decide
Fontes da Recode opinam que, em algum momento, Dorsey terá de decidir entre as duas filhas (não é piada, ele realmente se refere às empresas assim). Ele já disse que não deixará de cuidar da caçula. O que nos leva à pergunta: quem poderá domar o passarinho?
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