Como muita gente sabe, a Billboard é uma referência de audiência já há muitos anos — seu famoso ranking é distribuído desde 1934. E, claro, de lá para cá muita coisa mudou com a tecnologia, incluindo a maneira como o público consome música. A partir de 2018, a publicação quer um cálculo mais preciso das reproduções de streaming e para isso vai se aprofundar nos dados sobre veiculação, pagamentos e assinaturas em serviços como Tidal, Amazon Music, Apple Music, Spotify, YouTube e Vevo.
Os vídeos continuam com peso menor do que as músicas compradas ou ouvidas em assinatura paga
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Atualmente, o periódico possui dois tipos de métrica para suas principais tabelas. No Billboard Hot 100, as canções compradas possuem peso maior do que as programadas para ir ao ar em rádios como Pandora e Slacker. Já no Billboard 200 os fluxos de áudio pagos ou suportados por anúncios em cobranças mensais são mais valorizados. Os vídeos não contribuem para o Billboard 200 mas são incorporados no Hot 100.
Mais detalhes serão agregados aos gráficos porque, segundo a empresa, dar mais atenção para quem gasta com as faixas é semelhante ao peso que ela dava anteriormente para o público que ia às lojas atrás de seus discos e CDs favoritos, de forma proativa. O que é diferente de você escutar espontaneamente a uma programação.
“A Billboard que atribuir valores aos níveis de engajamento e acesso ao consumidor, juntamente com a compensação derivada dessas opções. Isso reflete melhor a variedade das atividades do usuário que ocorre nesses serviços”, explica, em comunicado.
Como fica então?
A partir de 2018, tudo que é pago — como Amazon Music e Apple Music — ou assinado com suporte híbrido de anúncios — a exemplo do SoundCloud e Spotify — terá mais peso no cálculo de audiência em relação aos que são gratuitos ou possuem auxílio da publicidade, vide YouTube. Isso tudo já acontece de forma mais simples atualmente e na próxima temporada terá subníveis de acordo com o ranking em que está.
Alterações podem melhorar os modelos de negócios com fatias mais adequadas para artistas, gravadoras e distribuidoras
O Hot 100 levará em conta, nesta ordem, os fluxos de assinatura pagos, os suportados por anúncios e os programados. Esses dados virão do streaming, das vendas de rádios e da comercialização de faixas digitais. Já o Billboard 200 agora incluirá duas camadas de movimento de áudio sob demanda: assinatura paga e canções apoiadas pela publicidade. Os gráficos vão continuar sem os vídeos e devem manter também o monitoramento das vendas de álbuns tradicionais.
Essas alterações devem refletir nos modelos de negócios do próximo ano, incluindo os contratos entre artistas, gravadoras e reprodutoras. A notícia pode animar o cenário, que há muito tempo vem tentando alinhar quanto o conteúdo deve custar para o consumidor final e qual é a fatia de receita para cada um, incluindo, claro, o artista.
Fontes