Seja você um usuário comum de computadores ou um entusiasta da informática, certamente já deve ter ouvido falar dos termos RAM, DDR ou até mesmo do GDDR. Você já pôde conferir no Tecmundo uma descrição sobre como funciona a memória RAM, o principal repositório onde as informações dos programas em execução ficam armazenadas.
Também já falamos sobre como o padrão DDR melhorou muito o desempenho da memória, duplicando a velocidade com que os dados entram e saem do chip. Mas e quanto ao GDDR? Existe alguma diferença entre ele e o DDR? Fique ligado e descubra!
Memória para gráficos
O “G” na frente do DDR foi adicionado para diferenciar os tipos de memórias específicas para aplicações gráficas, formando o GDDR. Como o nome sugere, esse chip distinto é utilizado em placas de vídeo, consoles de video games, equipamentos de renderização de imagens, entre outros.
Placa de vídeo com os módulos de memória destacados (Fonte da imagem: Wikimedia Commons)
Em essência, o GDDR é similar à memória RAM dos pentes acoplados à placa-mãe, já que usam a mesma arquitetura de armazenamento e também implementam o recurso DDR (Double Data Rate). As diferenças começam a surgir quando observamos as taxas de transferência com que elas trabalham, que precisam ser muito maiores quando o assunto é processamento de vídeo.
Assim como no sistema principal, a memória gráfica também sofreu modificações e melhorias com o tempo, sendo que cada novo padrão é identificado pelo número que vem logo depois do nome, variando de GDDR2 até GDDR5. A GDDR3 continua sendo a mais utilizada entre elas.
Chip de memória GDDR5 (Fonte da imagem: Divulgação Samsung)
Tensão e largura de banda
Largura de banda é o termo utilizado para definir o tamanho do caminho (também chamado de BUS) entre a memória e seu controlador. Quanto maior for essa largura, mais dados podem entrar e sair dos chips simultaneamente, contribuindo muito para a velocidade de processamento.
Desde que vieram para o mercado, há quase 10 anos atrás, as memórias DDR continuam usando uma largura de banda de 64 bits, podendo ser expandida para 128 bits se a placa-mãe disponibilizar o recurso de canal duplo (Dual-Channel). Em contraste, as placas de vídeo usam entre quatro e oito canais, permitindo uma interface de memória de até 512 bits.
Comparativo entre a evolução do GDDR e o DDR (Fonte da imagem: SolidyStated)
Além disso, o padrão GDDR trabalha com tensões menores do que o DDR comum, permitindo alcançar ciclos de clock mais altos e exigindo soluções de arrefecimento mais simples. A primeira versão do GDDR trabalhava a 2, 5 V, reduzidos para 1,5 V na versão GDDR5.
Nos PCs, o DDR3 é o mais alto padrão disponível no mercado, mas não por muito tempo. Empresas de semicondutores, como a Samsung, já estão empenhadas no desenvolvimento do DDR4, o que deverá duplicar a velocidade de transferência do padrão anterior, além de diminuir ainda mais o consumo de energia e aquecimento.
E por que não utilizam o GDDR como memória de sistema?
Apesar de ser melhor em muitos aspectos, a tecnologia do GDDR ainda não é a mesma utilizada no sistema principal por vários motivos. O primeiro é o custo mais elevado. Mesmo as placas de vídeo mais caras não chegam a ter 2 GB de memória GDDR, o que seria demasiado caro em computadores que já passam dos 8 GB de RAM.
Outro motivo é a dificuldade em adotar novos padrões. Placas de vídeo são quase como um computador à parte, já que possuem processador, memória, controladores, sistema de arrefecimento e até mesmo alimentação diferenciada. E como é apenas um fabricante que junta todos os componentes, como a XFX ou a MSI, fica mais fácil redesenhar o próximo modelo para utilizar as tecnologias mais recentes.
O mesmo não acontece com computadores. Além de ter muito mais subsistemas que precisam ser compatíveis entre si, a maioria dos PCs não são planejados e montados pelo mesmo fabricante (isso quando não é o próprio usuário), exigindo que o avanço seja mais lento para que todos possam acompanhar os novos padrões.
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