(Fonte da imagem: Thinkstock)
Não faltam cientistas das mais diversas áreas que, ao logo da história, vêm debatendo sobre a possibilidade — ou não — de recriar o cérebro humano. Entretanto, depois de tantos avanços tecnológicos, fica difícil não imaginar que um dia ainda será possível construir um cérebro artificial. E, de acordo com o site io9, dois ramos da ciência têm visões bastante interessantes sobre essa possibilidade.
Neurociência x ciência cognitiva
Enquanto a ciência cognitiva espera reproduzir o cérebro através do uso de códigos e algoritmos, a neurociência espera recriar as principais funções cerebrais através do uso de um computador. Contudo, ambas as ciências parecem vislumbrar a construção de um cérebro humano por meio do suporte digital, ou seja, do uso de uma máquina.
Debates sobre a inteligência artificial
Você já deve ter ouvido falar de Alan Turing, um norte-americano que dedicou a vida ao estudo da inteligência artificial e que é considerado o pai da computação moderna. Turing acreditava que qualquer função que pudesse ser computadorizada, consequentemente, poderia ser reproduzida por uma máquina. Portanto, qualquer atividade que pudesse ser fisicamente computada pelo cérebro também poderia ser computada por uma máquina.
Se qualquer processo informacional também é um processo computacional, então a mente, que seria um tipo de processo computacional realizado pelo cérebro, também pode ser reproduzida por uma máquina.
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O que diz a ciência cognitiva?
De acordo com a ciência cognitiva, se uma nova mente vem ao mundo preparada para receber todo tipo conhecimento, isso a tornaria semelhante às máquinas, que são alimentadas com toda a carga de informações que armazenam. Através dos algoritmos certos, seria possível criar uma mente artificial como a de um bebê, sendo apenas uma questão de ensinar a ela tudo o que ela precisa saber.
Assim, uma estratégia bastante promissora seria, em vez de tentar replicar um cérebro humano fisicamente, entender como o seu "software" funciona, ou seja, determinar quais são os algoritmos da inteligência e a maneira como estão relacionados e interligados.
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E a neurociência?
Entretanto, os neurocientistas acreditam que deveríamos nos inspirar no modelo original — o cérebro humano — em vez de tentar fazer com que uma máquina simule suas funções. Afinal, a própria evolução, seleção natural etc. já fizeram com que a máquina perfeita fosse desenvolvida.
Mas isso não significa recriar o cérebro fisicamente, tal qual o que temos dentro do crânio, mas sim suas principais propriedades em um suporte alternativo, como um sistema de computador. Ou seja, os neurocientistas não pretendem simular o funcionamento do cérebro humano, mas sim reproduzi-lo digitalmente.
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Avanços necessários
Para conseguir entender como o “sistema computacional” do cérebro funciona, é necessário poder escaneá-lo fisicamente, para que possamos colher todas as informações necessárias; interpretar essas informações, para que seja possível construir um modelo de software compatível; e simular este enorme modelo em uma máquina.
Quando seria possível reproduzir um cérebro cibernético?
Infelizmente, ainda são necessários muitos anos de estudos multidisciplinares e o desenvolvimento de tecnologias que ainda não existem. E, embora alguns acreditem que em 2030 já será possível reproduzir um modelo artificial, o mais provável é que isso somente ocorra dentro de 50 ou 75 anos.
De qualquer maneira, é quase impossível prever exatamente, especialmente em vista de todos os avanços que vemos surgido por aí. E claro, se algum dia formos capazes de recriar o cérebro humano, o que nos impede de criar uma máquina ainda mais eficiente e inteligente que a original?
Fonte: io9