A Universidade de New South Wales, na Austrália, apresentou um projeto que foi classificado como o "Google Maps do corpo humano". Quer dizer, não é um mapeamento de todo o corpo, mas de uma parte (mais precisamente do quadril). Mesmo assim, o trabalho consumiu terabytes (ordem de 1 trilhão de bytes) de dados.
Projetos semelhantes estão sendo desenvolvidos em Harvard (Estados Unidos) e em Heidelberg (Alemanha) para mapear os caminhos e conexões neurais do cérebro de um rato.
No estudo da universidade australiana, foi usado um equipamento da Zeiss – que é famosa, entre outras coisas, por lentes de câmeras –, originalmente desenvolvido para procurar defeitos em chips. Já a Google entrou com o algoritmo que permitiu mapear o globo terrestre, só que aplicado na junção do osso do quadril.
Descendo ao nível de células
Assim, criou-se um mapa do local, que pôde ser ampliado até a níveis celulares. Com isso, uma análise que demoraria 25 anos foi reduzida para algumas semanas. "Pela primeira vez, temos a habilidade de ir do corpo inteiro até como as células conseguem se nutrir e como tudo isso está conectado", diz Melissa Knothe Tate, engenheira com especialização em biologia celular e medicina regenerativa e líder do projeto.
Knothe Tate já demonstrou uma ligação entre o transporte molecular através de sangue, músculos e ossos com doenças como a osteoartrite em cobaias. "A instrumentação avançada de pesquisa fornece uma plataforma tecnológica para responder às questões mais difíceis (ou àquelas ainda sem resposta) da ciência", diz.
"Isso cria avenidas para descobertas fundamentais, cujas implicações ainda são insondáveis, mas que acabarão por abrir o caminho para projetar uma melhor saúde humana e qualidade de vida à medida que envelhecemos", conclui.
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