(Fonte da imagem: National Public Radio)
Os médicos Billy Cohan e Bud Frazier, do Instituto do Coração do Texas, desenvolveram um coração artificial que mantém o usuário vivo, mas elimina totalmente qualquer tipo de pulsação – critério normalmente utilizado para determinar se uma pessoa está viva. A novidade utiliza duas turbinas para distribuir o sangue pelo corpo e já foi testada com sucesso em pacientes humanos.
Enquanto os implantes tradicionais utilizam métodos de bombeamento que tentam simular o funcionamento do coração humano, a novidade usa um método mais direto para distribuir nutrientes pelo corpo. Segundo os médicos, o único motivo pelo qual o órgão bate é por questões de nutrição, processo que acontece no intervalo entre as batidas.
A opção por turbinas se deu pelo fato de elas realizarem movimentos mais simples do que os equipamentos convencionais, o que aumenta sua eficácia e reduz a necessidade de manutenções. A novidade foi construída a partir de implantes conhecidos como dispositivos de assistência ventricular, muito usados em operações rotineiras que envolvem obstruções no coração.
Testes bem sucedidos
(Fonte da imagem: National Public Radio)O novo equipamento já foi testado com sucesso em animais de grande porte, caso da vaca Abigail que mora no laboratório de pesquisa dos dois médicos. O animal teve seu coração substituído pelo novo implante que, até o momento, não apresentou qualquer problema de desempenho.
A novidade também foi testada com bons resultados em Craig Lewis, paciente que sofria de amiloidose, doença que provoca uma produção anormal de proteínas que fazem com que os órgãos do corpo comecem a trabalhar sem parar. O coração de Lewis estava tão prejudicado que sua expectativa de vida era de no máximo 12 horas, situação que obrigou sua esposa a autorizar o uso do implante artificial.
Com o uso das turbinas, o paciente conseguiu recuperar a habilidade de conversar e sentar-se normalmente, vindo a falecer um mês depois da cirurgia. Segundo os médicos, isso aconteceu devido ao avanço da doença sobre outros órgãos, já que o implante continuava funcionando de forma eficaz.
Desafiando conceitos
Segundo a equipe responsável pela novidade, a principal dificuldade de estabelecer o implante como uma opção viável são os conceitos a que estamos acostumados. Eles afirmam que deve demorar algum tempo até as pessoas se acostumarem com seres vivos sem nenhum pulso, porém acreditam que isso deve se tornar algo normal após ser comprovada a eficiência dos equipamentos.
Atualmente, os médicos estão focados em determinar o melhor design para que o aparelho possa ser comercializado em larga escala. O próximo desafio do projeto é encontrar uma fabricante disposta a investir na ideia e conseguir a aprovação da FDA, órgão norte-americano responsável pelo controle de alimentos, suprimentos médicos e cosméticos, entre outros.
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