Review: smartphone LG G2 Lite [vídeo]

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Prós
  • Design bonito herdado do G3
  • Bom qualidade do display
  • Preço e desempenho dentro da média para a categoria
Contras
  • Baixa quantidade de armazenamento interno
  • Falta de capricho no acabamento dos botões traseiros

Com o lançamento do G2 e do G3, a LG mostrou ao público que quer entrar com tudo na disputa de tops de linha do mercado. Esses dois aparelhos ganharam a atenção dos consumidores por causa do design e de alguns recursos exclusivos (com destaque para o Smart Button na parte traseira), além das especificações técnicas bastante competitivas. No entanto, a linha de dispositivos intermediários da companhia nunca esteve sob os holofotes.

O LG G2 Lite vem para quebrar esse paradigma e conquistar o público que não quer desembolsar uma quantia muito grande em um aparelho que faça mais do que ligações. Este é um modelo de smartphone com tela de 4,5 polegadas e configurações que ficam entre um top de linha e um modelo de entrada. Seu design foi inspirado nos irmãos mais velhos, especialmente o G3, e suas funcionalidades também herdaram alguns aspectos dos modelos superiores.

O preço e as especificações técnicas do LG G2 Lite o colocam em um confronto direto contra modelos como o Moto G, o Zenfone 5 e o Xperia E3. Será que ele se sai melhor que os concorrentes? Confira as nossas impressões sobre ele em mais essa análise do TecMundo.

LG G2 x LG G2 Mini x LG G2 Lite

Antes de mergulharmos fundo em todos os detalhes do aparelho, vale a pena fazer uma pequena distinção entre alguns modelos com nomes muito parecidos da LG. Esse é um problema comum em fabricantes que lançam vários dispositivos para atender as mais diversas necessidades entre os consumidores. Com o G2 Lite (modelo D295f), pode haver uma pequena confusão com o G2 (modelo D805) e o G2 Mini (modelo D618).

Uma análise um pouco mais profunda nos permite concluir que a confusão realmente fica apenas por conta dos nomes. O G2 é um dispositivo top de linha com configurações mais avançadas que o G2 Lite. O preço também entrega a diferença: enquanto o G2 pode ser encontrado por até R$ 1,2 mil, o modelo intermediário raramente passa dos R$ 650.

Já o G2 Mini pode causar um pouco mais de confusão. Esse dispositivo também é categorizado como intermediário, apesar de possuir especificações melhores que o G2 Lite. Porém, o valor deste aparelho é mais um indicativo de que se trata de um modelo superior: ele é geralmente encontrado por R$ 800, um pouco mais caro do que o modelo que está sendo analisado.

Design

A aparência do G2 Lite foi claramente inspirada no G2 e no G3, mas mais especificamente no último modelo. Essa constatação fica bastante evidente se observarmos o formato dos Smart Buttons, aqueles botões que ficam na parte traseira do aparelho e oferecem recursos adicionais.

São exatamente esses botões que merecem a maior crítica em relação ao design do aparelho: a falta de uma diferença anatômica entre cada uma das superfícies desses interruptores faz com que seja frequente apertar um botão por engano quando se estava tentando acionar outro. Isso se mostra um incômodo realmente grande quando você tenta aumentar o volume, mas desliga a tela em vez disso.

À exceção desse detalhe, o dispositivo possui uma construção muito boa. A tampa traseira removível, confeccionada a partir do plástico, passa a impressão de um aparelho resistente e que não estragará com apenas algumas quedas. Os alto-falantes estão posicionados na parte traseira do smartphone, localização que é tradicional nesses aparelhos. O conector de fones de ouvido está localizado na parte de cima e é discreto e resistente.

Tela

Esse aspecto do dispositivo foi um dos que mais agradaram em nossa análise. A superfície oleofóbica da tela consegue evitar com bastante eficiência as marcas de dedo. Esse pequeno detalhe faz com que o visor não fique com uma aparência “engordurada” com algum tempo de uso.

A fidelidade das as cores também surpreendeu, aspecto que a própria fabricante ressalta ao incluir papéis de parede muito coloridos e com tons bastante vibrantes. As configurações de brilho, obviamente, não fazem milagres, mas conseguem oferecer uma boa visualização mesmo sob luz forte.

Sentimos falta de uma opção nativa de configuração automática do brilho de acordo com a luminosidade do ambiente – o G2 Lite apenas oferece uma alternativa de reduzi-lo no período noturno, o que não é a mesma coisa. Portanto, se você quer ajustar essa configuração no seu aparelho, terá que fazê-la manualmente na maioria das vezes.

A resposta da tela ao toque é bastante precisa, uma necessidade que a LG enxergou como indispensável para a utilização do Knock Code. Por conta disso, o touchscreen funciona com uma perfeição vista em poucos aparelhos intermediários como ele, o que é muito bom para quem procura uma ótima experiência de uso.

Desempenho

Sendo impulsionado por um processador quad-core de 1,2 GHz e 1 GB de memória RAM, o G2 Lite consegue entregar um desempenho digno de um aparelho intermediário. O dispositivo conseguiu executar praticamente todos os aplicativos rodados, principalmente aqueles de uso cotidiano, como redes sociais, email, mensagens, mapas e vídeos.

Ele apresentou alguns engasgos quase imperceptíveis em jogos mais recentes, como Angry Birds Transformers. Porém, não há a possibilidade de testar jogos mais pesados e isso não é por causa do desempenho, mas sim da falta de armazenamento interno. Com apenas 4 GB, sendo que somente 2,35 GB estão disponíveis ao usuário (muitos desses preciosos gigabytes já estão ocupados por outros aplicativos), fica muito difícil conseguir instalar alguma coisa que ultrapasse 100 MB depois de algum tempo. Apps com mais de 1 GB, nem pensar.

Apesar de ter suporte ao cartão de memória, podendo aumentar o seu armazenamento interno em até 32 GB, isso não ajuda muito a liberar espaço para os aplicativos. Quase nenhum suporta a transferência para o micro SD, o que o torna útil apenas para guardar de fotos, vídeos e outros tipos de arquivos.

Interface e apps-padrão

No G2 Lite, a LG resolveu manter a mesma interface utilizada nos aparelhos top de linha da companhia. Porém, longe de ser um ponto negativo, a utilização dessa versão modificada do Android mostra-se bastante fluida e com recursos adicionais bastante interessantes. Um dos destaques é a possibilidade de personalizar, de forma nativa, os botões virtuais encontrados na base da tela.

Outro presente da LG para os consumidores é o Knock Code. Através dele, é possível configurar o display para ser desbloqueado com toques em lugares específicos da tela. Essa funcionalidade nativa é algo exclusivo de apenas alguns aparelhos da sul-coreana.

Ao contrário de outras fabricantes, a LG não entope o aparelho com aplicativos próprios. Porém, um dos prováveis motivos para não fazer isso é exatamente a falta de espaço que o smartphone dispõe para os apps instalados. No entanto, opções como o Tarefas, programa para organização de afazeres, e o QuickMemo+, app para anotações, são bastante eficientes nas funções que oferecem.

Câmera

O sensor traseiro do G2 Lite não possui recursos adicionais que o destaquem em relação aos concorrentes da mesma categoria. A câmera de 8 megapixels é capaz de realizar boas fotos, mas peca em ambientes pouco iluminados ou em capturas feitas durante a noite por causa do excesso de granulação. Mesmo a utilização do flash não ajuda nestes casos. No entanto, o aparelho surpreendeu nas imagens registradas com grande proximidade do objeto, as chamadas fotos macro.

A câmera frontal decepciona à primeira vista por causa da qualidade VGA. Porém, alguns de seus recursos compensam essa falha, permitindo capturar bons selfies. O Quick Selfie, por exemplo, possibilita que um movimento específico acione o sensor frontal para a captura de autorretratos. Já o Virtual Flash permite o balanceamento da iluminação para compensar pontos escuros nas imagens.

Áudio

O áudio desse smartphone é um dos pontos negativos mais notáveis. O som no volume máximo é bastante alto, mas sofre com uma distorção perceptível até para os mais leigos. É aquela impressão de estar falando muito “próximo do microfone”. Além disso, como já mencionamos, os controles de volume foram bem posicionados, porém mal destacados na traseira do dispositivo.

A saída de som também está em um local facilmente obstruído pela mão do usuário. Utilizando o aparelho na posição horizontal é possível cobrir totalmente os orifícios por onde saem os sons. Os fones de ouvido que acompanham o G2 Lite também decepcionam tanto por causa do conforto proporcionado quanto pela qualidade sonora.

Bateria

A bateria, componente removível no caso do LG G2 Lite, apresenta um desempenho dentro da média de um aparelho da categoria. Sob uso intenso, a carga de 1.820 mAh foi capaz de aguentar pouco mais de 5 horas e 40 minutos, valores que estão condizentes com o que os concorrentes também mostraram.

Usando o smartphone de forma moderada, jogando algum game casualmente, acessando redes sociais, assistindo vídeos no YouTube e enviando mensagens através do WhatsApp, a bateria foi capaz de aguentar o dia todo e chegar ao final do período com pouco mais de 20%.

Outros aspectos – qualidade das chamadas, conectividade, dual chip, acessórios e funções extras

O LG G2 Lite apresenta uma qualidade satisfatória na realização de chamadas. Segurando o aparelho em várias posições diferentes, não parece haver distorções ou interferências nas conversas realizadas pelo celular. O suporte a dois chips de operadora está longe de ser uma exclusividade, mas um recurso que permite uma troca rápido entre as operadoras é um dos destaques do G2 Lite.

O smartphone não conta com suporte ao 4G e NFC. Apesar disso, o 3G funciona com qualidade, com sua velocidade dependendo, obviamente, do tipo de serviço contratato. Nenhum problema foi constado com a rede WiFi e a utilização do Bluetooth.

Esse dispositivo da LG também recebeu um acessório especial e que funciona juntamente com a tela de bloqueio. Além de proteger o visor do aparelho, a capa dobrável QuickCircle possui as medidas exatas para funcionar com o G2 Lite e permite acessar uma série de ferramentas sem ser aberta. Esse produto não acompanha o smartphone e pode ser encontrado na faixa de R$ 140.

Benchmark

Na realização desta análise, foram utilizados quatro aplicativos de benchmark para avaliar o G2 Lite: o 3D Mark (Ice Storm Unlimited), o AnTuTu Benchmark 5, o GFX Bench (T-Rex HD Off Screen e T-Rex HD On Screen) e o Vellamo Mobile Benchmark (HTML5 e Metal). Por uma questão de comparação, incluímos nos gráficos os modelos o Xperia E3 Dual, o Zenfone 5 e o Novo Moto G.

Vellamo Mobile Benchmark

Essa opção é bastante versátil por oferecer dois testes para os aparelhos: o HTML 5 e o Metal. No primeiro deles, o desempenho do smartphone para navegação na web é colocado à prova. No Metal, o processador é avaliado, e uma nota final é atribuída a sua performance. Maiores pontuações indicam um melhor desempenho.

3D Mark (Ice Storm Unlimited)

O 3D Mark é um dos testes de benchmark mais conceituados do mercado. Para a análise do G2 Lite, executamos o Ice Storm Unlimited, uma das opções oferecidas pelo aplicativo. Quanto maior a pontuação, melhor o desempenho.

AnTuTu Benchmark 5

Esse aplicativo é um dos mais completos da categoria quando se trata de analisar o hardware de um aparelho. O AnTuTu Benchmark 5 faz testes de interface, CPU, GPU e memória RAM. Pontuações maiores representam um desempenho melhor.

GFX Bench (T-Rex HD)

O GFX Bench é um teste de benchmark para avaliar a qualidade gráfica de um dispositivo. O procedimento inclui uma série de testes que avaliam, entre outras coisas, a qualidade de renderização e o consumo de energia para exibição de imagens. Pontuações maiores (calculadas em frames por segundo – FPS) indicam um desempenho melhor.

Relação custo-benefício

O G2 Lite é disponibilizado em apenas uma versão e é possível encontrá-lo em duas cores diferentes, preto e branco, e seu preço varia entre R$ 499 e R$ 699.

Considerando essa faixa de preço, o aparelho oferece funcionalidades condizentes, como o suporte a dois chips, bom poder de processamento e autonomia de bateria satisfatória. Porém, o smartphone peca por oferecer uma quantidade de armazenamento interno muito baixa e um defeito de design nos botões traseiros, que podem incomodar com o tempo.

Vale a pena?

Considerando que opções como o Novo Moto G, que oferece uma capacidade de armazenamento maior e ainda pode vir com TV digital, podem ser encontradas na mesma faixa de preço, podemos pensar que o LG G2 Lite não é uma boa escolha. Porém, o design herdado do top de linha G3 pode encantar os usuários que procuram na aparência o ponto forte de um aparelho.

A sul-coreana possui outros dispositivos nessa faixa de preço e especificações técnicas, como o L70 e o L90, porém nenhum deles apostou no visual bacana que encontramos no G2 Lite. Com essa jogada, a LG pretende fisgar os consumidores pelos olhos muito mais do que pelas configurações que o dispositivo apresenta. O desapontamento, se houver, vai ficar por conta dos 4 GB de armazenamento.

Apesar disso, esse smartphone apresenta um bom custo-benefício e provavelmente atenderá todas as necessidades de usuários menos exigentes e que só precisam de um aparelho para navegação, mensagens, jogos casuais e visualização de vídeos.

Fontes

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