Não há como negar que as televisões mais avançadas — com telas como as de LCD, LED ou plasma — já atingem um nível excelente de qualidade, agradando até mesmo aos consumidores mais exigentes. Mas, assim como para muitas outras áreas do entretenimento (como cinemas 3D), a busca por novas tecnologias não para enquanto a imersão total do telespectador não é atingida.
No artigo de hoje, nós mostraremos a vocês um pouco mais sobre as telas do tipo SED, que já foram grandes promessas para o mercado de massa, sofreram muito com um golpe violento desferido por uma decisão judicial e estão finalmente voltando à luz, com promessa de qualidade para monitores de alta fidelidade! Confira!
Termo e funcionamento
O termo SED é um acrônimo para surface-conduction electron-emitter display, ou display de emissão de elétrons de condução superficial. O seu funcionamento é, em teoria, muito próximo das antigas telas de tubos de raios catódicos (CRTs), contando com emissores de elétrons responsáveis pela energização da camada colorida de fósforo para a produção da imagem final.
Imagem retirada da Wikipedia
A diferença é que agora, ao invés de um único canhão disparando contra a tela, existe um pequeno emissor (em escala nanoscópica) para cada sub-pixel correspondente. Agrupados em três, eles formam um pixel completo, com controle sobre os canais de verde, vermelho e azul (o formato RGB). A maior tela produzida até o momento possui 55 polegadas.
Uma combinação quase perfeita
O resultado de toda esta mistura entre as tecnologias é uma imagem com a maior parte das qualidades dos equipamentos do tipo CRT — tais como tempos de resposta baixíssimos, taxas de contraste e brilho mais próximas das ideais e bons ângulos de visão, sem distorção por posição — aliadas a um formato próximo ao das televisões Plasma, LED ou LCD (isto é, fino e leve).
O processo de fabricação, embora não seja simples, elimina uma série de periféricos adicionais, requeridos em outros casos. O único contratempo é que devem ser empregadas duas lâminas de vidro para acomodar os componentes em vácuo total (de modo que não ocorram descargas de plasma).
Luz e energia na medida certa
As telas LCD não são capazes de produzir iluminação própria, tendo que recorrer ao sistema de iluminação de fundo (backlight) — por meio de LEDs de alta potência ou de lâmpadas especiais — para que as cores e tons possam ser mostrados.
Apesar de o sistema ser eficiente para produzir imagens com brilho, o contraste sofre grandes perdas, uma vez que a tela toda permanece iluminada como um todo, sem fazer distinção entre os níveis requeridos para cada pixel.
Imagem retirada da Wikipedia
Como as telas do tipo SED contam com mecanismos de iluminação individuais por pixels (e produzem luz diretamente à frente de suas superfícies), elas podem reproduzir perfeitamente as cores do sinal recebido, iluminando apenas os pontos necessários, na medida em que é preciso.
Para uma cena escura, por exemplo, você veria partes da tela realmente pretas, sem iluminação, ao contrário do tom de cinza exibido pela maior parte dos equipamentos vendidos atualmente. Logo, além de ter uma das melhores imagens do mercado, você contaria com uma enorme economia de energia, até mesmo em comparação com as tecnologias mais recentes.
Pedras no meio do caminho
Até meados do ano de 2007, Canon e Toshiba uniram forças para desenvolver e aprimorar os padrões e telas do tipo SED, mas foi justamente esta parceria que resultou no maior dos problemas para o desenvolvimento da tecnologia: uma ação na justiça contra a Canon, movida pela Applied Nanotech, empresa da qual algumas patentes foram licenciadas para uso.
O motivo alegado pela Applied Nanotech foi que, embora licenciadas as patentes, o contrato entre as partes não envolvia a formação de parcerias para a produção. No fim das contas, a Canon foi obrigada a comprar toda a parcela da Toshiba voltada ao desenvolvimento da tecnologia SED e a cessar o departamento de pesquisa e desenvolvimento da área.
Felizmente, em 2008, uma decisão judicial reverteu o quadro, concedendo direitos totais de desenvolvimento para a Canon. O melhor de tudo é que a Applied Nanotech resolveu largar de vez o caso.
Sem televisões no futuro?
A ideia inicial era competir diretamente com a tecnologia LCD, oferecendo a qualidade das telas CRT com a economia de energia e de espaço das demais, entretanto, depois de tantos atrasos (por causa da ação) e revisões nos processos de produção, boa parte do ânimo da indústria foi-se embora.
Hoje, a projeção da Canon é bem conservadora (um dos funcionários chegou a comentar que as pessoas iriam rir do produto caso ele fosse lançado abertamente no mercado), com foco em uma introdução lenta de monitores, focados principalmente em setores que demandam alta qualidade de imagem, como em emissoras de televisão.
Plasma, LCD, LED TV, OLED, SED e LASER são apenas algumas das siglas para as tecnologias de televisões que temos hoje ou para as que virão em breve. E você, o que acha de toda esta diversidade? Qual é o modelo dos seus sonhos? Não deixe de comentar e de sugerir novos temas!
Até a próxima!