Review: leitor digital Amazon Kindle Oasis

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O mesmo movimento que vimos acontecer com os smartphones nos últimos anos está acontecendo com os leitores digitais.

Eles estão se tornando mais premium e oferecendo funcionalidades mais lapidadas, para chamar atenção dos leitores mais exigentes, que gostam de comprar gadgets de alta qualidade e podem pagar mais por isso. O maior representante desse movimento atualmente é o Kindle Oasis, da Amazon.

Nós tivemos a oportunidade de analisar o dispositivo logo depois de ele chegar ao mercado brasileiro e temos que admitir: trata-se de um aparelho muito bonito e que quebra aquela tradição dos leitores digitais baratos e de plástico. Ele é tão premium quanto o seu preço sugere. Confira agora nossas impressões sobre o produto.

Design

De cara, o que mais chama atenção no Kindle Oasis é o seu design pouco convencional. Ele não segue mais aquele formato padrão que imita um pouco tablets ou mesmo livros. Em vez de retangular, o aparelho é quadrado. Curiosamente, a tela permanece do mesmo tamanho, porém não está mais centralizada no meio da face frontal do aparelho.

Ela foi deslocada para o lado a fim de garantir que uma das bordas fosse maior do que as outras. Isso deixa o visual do Kindle estranho em um primeiro momento, mas foi uma decisão muito inteligente, já que esse espaço extra garante que você possa segurar o leitor de forma confortável o tempo todo.

O que mais chama atenção no Kindle Oasis é o seu design pouco convencional

Nessa mesma borda, existem dois botões para passar as páginas durante a leitura. Como o polegar do usuário fica descansando sobre aquela área naturalmente, apertar os botões fica bem simples e cômodo. Quase não há movimento, diferente do Kindle Paperwhite, no qual é preciso tocar na tela com certa frequência.

Falando em tela, assim como no Kindle Voyage, o Oasis tem a moldura rente com o display. No modelo Paperwhite, existe um desnível que permite acumular sujeira e dificulta um pouco o toque com o polegar. Fora isso, a proteção de vidro da tela do Kindle Oasis é fosca e, aparentemente, muito resistente.

A carcaça é feita de um material diferente, mais premium e mais resistente. A Amazon não explica o que é exatamente, se limitando a dizer que a moldura é “galvanizada”. Dá para perceber facilmente uma diferença quando você segura o novo leitor nas mãos, mas a sensação não é exatamente a mesma passada pelo metal.

Na traseira, também existe um desnível bem notável, mas ele é completamente preenchido pela capinha, que se acopla magneticamente ao dispositivo. Ainda assim, na parte que ela não cobre, fica um desnível estranho, porém mínimo.

Em resumo, o aparelho é bonito e muito compacto. Pesa apenas 131 gramas sem a capa e, com ela, fica em 238 gramas. Por conta do novo formato, ele chama menos atenção e cabe em bolsos de casacos tranquilamente, sem ficar para fora.

Tela

O display do Kindle Oasis não teve aumento de resolução em relação aos seus antecessores. Contudo, como as dimensões também não sofreram alterações, a densidade de pixels por polegada continua a mesma: 300 ppi. Essa marca é considerada o limite em que o olho humano já não consegue mais diferenciar ou perceber pixels a uma distância confortável de leitura.

Embora a contagem de pixels continue a mesma, a tela recebeu sim algumas melhorias. A retroiluminação agora conta com 60% mais LEDs, o que proporciona um brilho mais intenso e melhor distribuído. Ou seja, não é mais possível perceber áreas iluminadas de forma díspar como acontecia com a primeira geração do Kindle Paperwhite.

O vidro protetor também oferece uma aparência fosca bem interessante, que limita a quantidade de reflexo nos seus olhos. Ela ainda possui uma coloração um pouco diferente, que deixa o visual mais parecido ainda com papel de verdade.

Bateria

A Amazon não divulga qual é a capacidade em mAh da bateria do Kindle Oasis, mas a empresa comenta que ela pode manter o aparelho funcionando por até 8 semanas, o que é basicamente dois meses. Essa estimativa considera um período de leitura de 30 minutos por dia, com WiFi ligado o tempo todo e brilho da tela no nível 10, sendo que o máximo é 24.

 O aparelho funciona por até 8 semanas em uma carga completa, o que é basicamente dois meses

Obviamente que não conseguimos acabar com toda a carga dele em nossos testes, uma vez que ficamos apenas uma semana com o leitor em mãos, mas podemos dizer que a estimativa da Amazon parece razoável.

Você provavelmente não vai conseguir essas oito semanas de autonomia, já que é provável que leia por mais de 30 minutos diariamente e que fique com o brilho da tela sempre mais forte. Contudo, acreditamos que, pelo menos, seis semanas ele deve durar. Isso, entretanto, é apenas um palpite.

Vale notar ainda que essa estimativa de bateria é para o Kindle Oasis sempre conectado à sua capinha, que vem junto com o aparelho. A maior parte da capacidade de armazenamento de energia do leitor está na capa, e, sem ela, você compromete a autonomia drasticamente. Ainda assim, dá para ler um livro inteiro sem o acessório e aproveitar a leveza impressionante das 131 g.

Experiência

Ler no Kindle Oasis é um verdadeiro deleite. Só de segurá-lo nas mãos, você já se sente um verdadeiro literato, tamanha é a qualidade, a beleza e a sensação premium que ele passa ao toque.

Mesmo isso sendo um bom impacto inicial, o que mais impressiona é o desempenho dele quando comparado aos modelos anteriores. A troca de páginas acontece em uma fração de segundo, e interagir com os menus do sistema operacional agora é muito mais rápido.

Só de segurá-lo nas mãos, você já se sente um verdadeiro literato

No Paperwhite, por exemplo, você tem que ser bem paciente e digitar as coisas lentamente no teclado virtual. Nesse novo modelo, a resposta ao toque ficou muito precisa e responsiva. Mais um pouco e fica igual ao que vemos em smartphones modernos.

O que não melhorou, entretanto, foi o navegador web experimental. Ele só serve mesmo para matar a sua curiosidade e para a Amazon mostrar que seu leitor digital consegue acessar a internet. Contudo, isso só serve mesmo para abrir links dentro de arquivos PDF e, eventualmente, em ebooks.

Falando em PDFs, a experiência de leitura desse tipo de arquivo continua a mesma, pouco agradável e bem difícil suportar por muito tempo. Um aparelho tão caro como o Oasis deveria ter recebido melhorias nesse departamento. Entretanto, já existem mais de 50 mil ebooks em português na Amazon, o que talvez atenue essa dificuldade.

Um ponto positivo para a experiência do usuário é o fato de, quando você vira o leitor de ponta cabeça, o conteúdo da tela vira junto, e isso acontece muito rapidamente. Esse recurso é interessante porque, quando você quer trocar de mão, é necessário virar o aparelho, pois a outras bordas são muito finas e não servem como apoio.

Quando você gira o Kindle, os botões físicos de avanço e retrocesso de página também são invertidos. Contudo, por padrão, o botão de cima vai para a próxima página, e o de baixo vai para a anterior. Isso não é muito natural, e você pode alterar nas configurações de leitura.

Vale a pena?

Não há dúvidas de que o Oasis seja o melhor Kindle já lançado, e ele pode muito bem ser o melhor leitor digital que você pode encontrar hoje. Estamos falando de um aparelho muito premium e cuidadosamente desenvolvido para os amantes da leitura. Nesses pontos, ele certamente é mais interessante do que Kobo Aura, da Livraria Cultura, e Lev Com Luz, da Saraiva.

Mas será que o Kindle Oasis vale R$ 1.399? Esse é o preço oficial no Brasil, e, a não ser que a fabricante faça promoções, o valor não deve baixar tão cedo. Isso porque a Amazon costuma manter os preços de lançamento dos seus Kindles pelo menos até o lançamento de uma outra geração.

Nos EUA, ele também é bem caro, batendo a marca dos US$ 290 (R$ 1 mil sem impostos), mas lá você encontra capinhas de outras cores. No Brasil, só a preta por enquanto.

Dá muita dó gastar tanto dinheiro em um leitor digital, sendo que o Kindle mais barato custa apenas R$ 299. O Paperwhite, que sai por R$ 479, ainda é a melhor escolha considerando o custo-benefício, mas, se você tem grana para torrar, não há melhor opção que o Kindle Oasis.

O que você achou do Kindle Oasis da Amazon? Vale a pena pagar R$ 1,4 mil nele? Comente no Fórum do TecMundo

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