A notícia de que a Maxis, estúdio subsidiado pela EA, encerrou suas atividades, é uma pulga atrás da orelha. Tímida na indústria nos últimos anos – em que nomes como Ubisoft, Rockstar, Naughty Dog e CD Projekt Red estão mais proeminentes –, a desenvolvedora, que “só” trouxe ao mundo SimCity, SimPark, SimFarm, The Sims e tantos outros “Sims”, deixa um legado para trás. E um sentimento de saudade que certamente vai impregnar nos saudosistas.
É de se lamentar o anúncio que a Electronic Arts fez na última quarta-feira, 4, e noticiado no BJ: a Maxis fechou suas portas. E a caminhada do estúdio é longa: ele foi fundado em 1987 por Will Wright e Jeff Braun, nomes lapidados da indústria, e se tornou especialmente conhecido na década de 1990 após o lançamento de SimCity, o simulador de cidades que nunca teve concorrente à altura.
The Sims: o “jogo da família”
Em 1997, a desenvolvedora foi adquirida pela Electronic Arts e se tornou uma subsidiada da gigante. Foi durante esse período que Will Wright desenvolveu o emblemático The Sims, simulador de “vidas” que chegou às lojas em 2000 e se tornou um ícone do mercado de entretenimento – sendo usufruído por mamães, papais, titias, crianças, adultos, todo mundo.
Além de SimCity e The Sims, a companhia trabalhou em Spore, que foi lançado em 2008 com uma proposta mais ambiciosa: permitir que o jogador controle uma forma de vida microcelular do zero e cresça a ponto de dominar planetas.
Mas nem só de “Sims” se sustentou o estúdio de Will Wright. Nomes como SkyChase, RoboSport, Marble Drop e tantos outros têm sua importância na indústria. Contudo, é inegável: a família Sims é responsável por grande parte do portfólio da Maxis. Vamos relembrar?
O primeiro projeto: SkyChase
Lançado para o saudoso Amiga 500, o game trouxe um simulador de combate com um sistema de física que, à época, era revolucionário. Os jogadores poderiam escolher entre sete aeronaves, sendo que cada uma tinha uma característica diferente que exigia métodos específicos de manuseio. Era possível desafiar um amigo no modo para dois jogadores! Confira só:
A gigantesca família “Sims” e o sucesso iminente
Conforme mencionado, não há como negar que as franquias que levam o selo “Sims” são as maiores consagradoras da Maxis. SimCity, lançado num agora distante 1989, praticamente criou um gênero ao colocar os jogadores no controle absoluto de uma cidade. É o sonho de um prefeito.
SimCity 2000, que chegou em 1993, resolveu aprimorar tudo aquilo que foi criado no game original e estabeleceu novas regras ao colocar zilhões de opções ao alcance do jogador – e um visual mais bacanudo para a época, diga-se.
The Sims, então, dispensa comentários. O “simulador de vida” encantou toda uma geração “versátil” de jogadores, com apelo a mamães, titias, irmãs, enfim, é um jogo palpável a qualquer audiência. Tanto que a franquia está aí até hoje, viva, ainda que sem o mesmo fôlego de outrora.
A lista é imensa:
- SimCity (1989)
- SimEarth: The Living Planet (1990)
- SimAnt: The Electronic Ant Colony (1991)
- SimLife (1992)
- SimFarm (1993)
- SimCity 2000 (1993)
- SimTown (1995)
- SimGolf (1996)
- SimPark (1996)
- SimTunes (1996)
- SimCopter (1996)
- SimSafari (1998)
- SimCity 3000 (1999)
- The Sims (2000)
- The Sims Online (2002)
- SimCity 4 (2003)
- The Sims 2 (2004)
- SimCity (2013)
- The Sims 4 (2014)
Spore: a ambição máxima de Wright
Concebido como um projeto revolucionário e cercado de muito hype à época em que foi lançado, Spore foi uma espécie de sucessor espiritual do conceito engendrado por Wright na indústria: a criação e o acompanhamento de uma vida microcelular que poderia crescer, chefiar tribos e até dominar planetas.
Spore foi uma espécie de evolução da concepção de The Sims. O título funcionou bem e sustentou a franquia com fartura durante algum tempo, mas o fôlego já não era o mesmo, naturalmente, pois o mercado atravessou uma remodelagem natural. Contudo, Spore é um game do grande nicho e alcançou seu lugar ao sol.
O game foi lançado em 2008 e ainda ganhou uma espécie de sequência, Darkspore, de 2011.
É claro que essas franquias – SimCity, The Sims, Spore – não morreram, e seus direitos continuam nas mãos da EA, que inclusive tem lançado diversos conteúdos adicionais, especialmente para The Sims 4.
Vá em paz, Maxis! Suas influências ecoam na indústria e nos papos de jogadores.
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