O que o Baixaki achou de Counter-Strike: Global Offensive [vídeo]

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O game de tiro competitivo mais jogado no mundo, o mais amado no Brasil: Counter-Strike. Se você não jogou, com certeza já ouviu falar dele. E se você é fã, está desesperado para saborear a nova versão que será lançada ainda em 2012.

Bem, nós do Baixaki já jogamos. Jogamos muito mesmo. Após conversar com o produtor do jogo, Chet Faliszek, tivemos acesso à versão Beta fechada para ver o progresso dos desenvolvedores.

Por enquanto, testamos apenas a versão para PC. Nem todas as armas, mapas e modos estão disponíveis, contudo todos os meses bugs são corrigidos e melhorias são incluídas. O ping médio que obtivemos em nossas partidas foi de 100 a 200 milissegundos, valores muito altos para dar headshots certeiros. Mas conseguimos nos divertir e testar todas as novidades.

Agora, você confere o resultado no vídeo acima e na prévia completa a seguir. Boa leitura.

Do jeito que o brasileiro gosta

CS:GO não esqueceu suas raízes: é muito fácil morrer. Por isso, cada tiro, cada movimento, deve ser pensado rapidamente e com precisão. Counter-Strike é e sempre foi um jogo que trata de habilidade. Se você morreu, é porque seu oponente realmente é melhor do que você.

CS:GO estará totalmente em português na versão final (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

É um jogo tático que usa e abusa de estratégia. Sua vida não vai se regenerar como nos shooters mais recentes. E se você morrer... Pode esperar sentado pela próxima rodada, como espectador. É esta sensação de adrenalina intensa que consagrou a mecânica do jogo. Sem falar nas discussões calorosas entre os mortos (comportamento típico dos brasileiros). Para nossa sorte, tudo isso está intacto e em português (pelo menos o que já foi traduzido).

A treta agora é mundial

A maior mudança de CS:GO é a adição do sistema matchmaking de partidas online. Assim como em Halo e Call of Duty, por exemplo, você não é mais obrigado a procurar servidores, pois o próprio jogo se encarrega de encontrar uma sala com jogadores do mesmo nível que você.

Isso permite que pessoas do mundo inteiro se enfrentem e evita a frustração de combates contra oponentes que você jura serem trapaceadores (cheaters), de tão bons que são. Para um jogo em que você pode passar a maior parte do tempo como espectador, acredite, é um grande avanço.

O mal necessário desta implementação é a presença de bots: bonecos controlados pelo computador. Enquanto a partida não estiver cheia, eles vão atazanar sua vida.  E o que sabemos sobre os bots também não mudou — eles continuam burros e não enxergam direito os adversários. Quando resolvem atirar... Você morre na hora.

Conquistas chegaram para deixar o jogo mais moderno (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Não gostou? Não se desespere. Para nossa alegria, a opção de servidores dedicados existe no menu principal. No entanto, há uma opção para criar um time inacessível, o que nos deixou empolgados com a possibilidade de trazer os clãs como um recurso oficial do jogo.

CS:GO também recebeu estatísticas de jogos e conquistas, como nos FPS atuais. Nada mais de ficar procurando páginas de servidores com rankings na internet.

Para todos os gostos

Em Global Offensive, temos dois modos de jogo: Clássico e Arsenal. Ambos se subdividem em mais dois tipos. Vamos descomplicar:

Modo clássico

Aqui as partidas ainda são enfrentadas por dois times: cinco contraterroristas versus cinco terroristas. Este modo pode ser jogado de duas formas diferentes:

  • Casual: inicia-se com muito dinheiro, todos possuem colete e capacete e o sistema de fogo amigo está desativado. A ideia deste modo é ser mais acessível para quem é iniciante em CS, pois é possível comprar qualquer arma e não há necessidade de se preocupar com os equipamentos.
  • Competitivo: todos iniciam com pouco dinheiro e precisam comprar o armamento à medida que o jogo procede. Toda rodada, você recebe um valor decorrente do número de mortes, bombas plantadas/desarmadas e vitórias/derrotas. O fogo inimigo está ativado. Este é o modo de jogo mais tradicional.

Gostamos da novidade. Embora o modo casual possa parecer “café com leite”, ele é apenas uma adição ao jogo, sem tirar o brilho do competitivo. Sendo assim, muitos iniciantes vão ter respaldo para não desistir do jogo e treinar.

Clássico ou Arsenal? O jogo adiciona modos para todos os gostos (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Modo Arsenal

Baseado no mod Gun Game que muitos servidores dedicados começaram a utilizar, a Valve brilhantemente percebeu (de novo) que a comunidade de CS é forte e capaz de criar alternativas de jogo interessantes. Por isso, ela incluiu o mod ao Global Offensive, nativamente.

Neste formato, você troca de arma continuamente, passando por todas do jogo. Ele se divide em:

  • Corrida às armas: os jogadores iniciam apenas com uma pistola e devem matar um inimigo para ser recompensado com uma nova arma. Dessa forma, passam de shotguns para rifles, snipers, pistolas e a faca. Quem passar por todas as armas, chegar à faca e matar um inimigo antes vence. Aqui não existem rodadas. Morreu, voltou.
  • Demolição: semelhante ao modo acima. A diferença aqui é que existem rodadas e objetivos inclusos, mas toda vez as armas são sorteadas aleatoriamente.

Adoramos o Modo Arsenal. Ele serve para descontrair e treinar a mira quando você está farto de sofrer do coração nas partidas competitivas. Como dissemos antes, em CS:GO temos adições bem-vindas e não modificação do estilo clássico. Vendo deste ponto de vista, a única reclamação que podemos fazer é: Valve, por favor, também inclua o famoso mod zumbi em futuras atualizações!

O trabuco vai cantar no novo CS

Basicamente, ainda temos pistolas, rifles, metralhadoras, submetralhadoras, granadas, coletes e capacetes.  Algumas submetralhadoras foram trocadas, e agora temos uma MP7 e MP9.  Ah, e a AWP ainda é apelativa. Se não bastasse um tiro certeiro para matar o adversário, mesmo que às vezes na unha do pé, ela continua funcionando em velocidades sobre-humanas.

Coquetel molotov vai fazer churrasquinho de CT (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Respire fundo e conheça os novos equipamentos disponíveis:

  • Granada incendiária (CT) e coquetel molotov (TR): coloca chamas no chão que causam dano gradualmente por quem tentar passar, impedindo rush. Limitada a uma por rodada, com duração de cinco segundos. Interessante para jogar na C4 quando contraterroristas têm que desarmar a bomba, tornando o trabalho deles muito mais diabólico;
  • Granada de engodo (decoy grenade): quando jogada, coloca um marcador falso no radar do inimigo, indicando tiros. Para manter a ilusão, a granada emite um barulho alto de tiroteio, dependendo da arma que você está carregando. Após 10 segundos, ela explode. Ideal para fisgar a atenção de inimigos;
  • Zeus x27 Taser Gun: esta arma só pode ser acionada uma vez antes de ser descartada automaticamente. Pode matar os inimigos com um único tiro. Exige estar muito próximo do oponente, praticamente no alcance da faca. Ela não está presente no modo competitivo.

Reforço na interface

O HUD (Heads-Up Display), ou interface virtual, recebeu várias melhorias em CS:GO. Para começar, ele está praticamente em português, tirando alguns termos ainda não traduzidos. O radar do mapa está mais tridimensional e indica a posição dos inimigos de acordo com os tiros ouvidos pelo seu personagem.

O mais divertido do radar está no fato dele indicar, logo acima, o nome de cada área de um mapa levando em conta as gírias que começaram nos campeonatos. Por exemplo, o corredor da B1 do mapa INFERNO se chama “Banana”. Ficou mais fácil decorar os ambientes para falar no microfone.

Os ambientes dos mapas têm nomes dados pelos jogadores ao longo dos anos (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

As mudanças do menu de armamento são poucas. Ele está diferente (formato circular), com perspectiva 3D, e a numeração para quem compra no teclado sofreu alterações. Nota especial para os botões “Comprar anterior” e a opção “Comprar automaticamente”. Fazem pouca diferença, mas estão lá para facilitar a vida.

Além disso, a mira foi reformulada e tem um ponto no meio, embora você possa voltar para a mira clássica. Ela apresenta um X se você mirar em um amigo e também muda de cor caso você esteja mirando em um adversário. Os times com todas as pessoas vivas e mortas, bem como o número de rodadas e tempo, foram agregados no topo e estão fáceis de visualizar. A nova tabela de escore também mostra prêmios.

Cara a cara com o assassino (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Outra novidade é a possibilidade de tirar screenshot do seu assassino. Ao morrer, o jogo sugere que você aperte F5 para capturar a tela e alimentar o ódio, ou melhor, a sede de vingança. Entretanto, a quantidade de informações visuais, sobretudo ao final de cada rodada (indicando quem foi o melhor jogador e os prêmios), acaba poluindo um pouco a tela. Lembra aqueles servidores repletos de plugins para indicar os jogadores mais astutos.

Moderno, mas não Warfare

Os gráficos provavelmente são o que mais vão espantar você em CS:GO. Assim como em Source, os mapas ganharam todo um contexto e não apenas corredores e salas sem qualquer objeto. Há carros, pacote de cimentos, estilhaços, barris, portas entreabertas, blocos de concreto, casas e edifícios ao seu redor.

Destruição total (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Vários efeitos gráficos chegaram para modernizar o jogo. Por exemplo, qualquer movimento brusco deixa a visão do jogador com blur (borrada). Isso é nítido principalmente em rifles de longo alcance, seja ao se movimentar bruscamente ou ao andar. A iluminação com luz dinâmica e os reflexos são bem fiéis. Ao atirar, riscos de fumaça representando a trajetória das balas ficam no ar, assim como no cano de seu trabuco.

Ponto positivo mesmo para o acréscimo de sangue. Muito sangue.  As paredes de DUST2 nunca foram tão lindas com as marcas ensanguentadas dos tiroteios. Usar uma doze e ver aquele camper safado escorrer na parede é o melhor do novo CS. As famosas pedaladas voltaram e as técnicas de ragdoll para mostrar os movimentos dos cadáveres.

Mas nem tudo é perfeito. Em comparação aos títulos anteriores, o salto é grande, mas os gráficos estão muito defasados se levados em consideração os últimos jogos da série Call of Duty e Battlefield. As texturas são chapadas, ou seja, por mais que uma porta tenha vários detalhes, ao chegar próximo dela você não os vê em relevo.

CS:GO aperfeiçoa os gráficos de Source e o mistura com a jogabilidade do 1.6 (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

A sombra apresenta muito serrilhado e o visual das armas é pouco detalhado. Além disso, a lente de zoom da arma é poligonal, ao invés de redonda. A tonalidade acinzentada (principalmente dos raios do sol) tira a alma do antigo CS, empobrecendo o novo título com a falta de cores. Logo, quem está habituado à geração de novos shooters não vai se sentir ostensivamente apaixonado, pois não há impacto visual espetacular.

Tudo bem, gráficos de última geração estão longe de ser a proposta da Valve. Counter-Strike é um jogo democrático, que deve funcionar no maior número de máquinas possível, para não prejudicar a jogabilidade. Sob esta ótica, o trabalho em CS:GO está ótimo.

Quanto ao áudio, poucas novidades. O jogo continua sem uma trilha sonora e os efeitos são simples e poucos realistas. Dar uma facada na parede tem o mesmo som de dar uma facada na água.

E os terceiros tão descendo a ladeira...

Jogadores de CS conhecem cada centímetro dos mapas mais do que das suas próprias casas. Se você veio da versão 1.6, entretanto, vai ficar chocado com as mudanças. Já se vier da Source, reconhecerá apenas algumas alterações sensatas.

A qualidade gráfica dos novos mapas é brutalmente superior (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Até o momento, o modo clássico conta com as seguintes fases de desarmamento e captura de reféns:

  • AZTEC
  • DUST
  • DUST2
  • NUKE
  • INFERNO
  • TRAIN
  • ITALY (Captura de reféns)
  • OFFICE (Captura de reféns)

Em geral, são mais atualizações gráficas do que de layout. Alguns caminhos desnecessários foram cortados e outros acrescentados para dar maior velocidade às partidas, sendo a DUST a mais alterada.

É no modo arsenal foram introduzidas as fases:

  • SHOOTS (Corrida às Armas)
  • BAGGAGE (Corrida às Armas)
  • ST. MARC (Demolição)
  • LAKE (Demolição)

Não há informações sobre se as fases de assassinar o VIP estarão presentes.

De repente brotou um tremendo matagal

Graficamente, você verá CS de outra maneira e ainda há muitas questões por esclarecer: como será jogar no video game? Sabemos que não existirá mira automática, perks, nem nada do gênero. Será que os jogadores de consoles se adaptarão?

O sangue agora jorra aos litros (Fonte da imagem: Baixaki/Tecmundo)

Global Offensive é o CS mais intenso de todos já lançados e tem tudo para reviver o auge da franquia, pois em evidência ela sempre esteve. Estamos realmente animados para o lançamento.

CS:GO deve desembarcar nos PCs, Macs e também nos video games Xbox 360 e PS3 — por meio da Live e PSN.

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Gustavo Bonato Abrão é editor-chefe do Baixaki, Tecmundo e BJ e joga Counter-Strike desde a versão Beta de 1999. Participou de vários campeonatos de jogos eletrônicos, assistiu a muitos outros, e acredita que um dia teremos competições profissionais mais populares e levadas a sério no Brasil.

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