O processamento eletrônico destinado à música normalmente se refere à tentativa de simular os sons de um equipamento acústico, de tal forma que o resultado seja razoavelmente convincente. O caso do Yaybahar, entretanto, é exatamente o inverso. A criação bem pouco ortodoxa do músico Görkem Sen, na verdade, tema pretensão de emular um sintetizador digital — mesmo sendo inteiramente acústico.
A sonoridade característica do Yaybahar é fruto tanto da sua estrutura quanto da forma com que esse singular instrumento é tocado. Trata-se aqui de um conjunto de cordas verticais, semelhantes às que são encontradas em violoncelos. Entretanto, essas cordas são atadas a molas, as quais, por sua vez, ligam-se a tambores postados na base da armação.
As vibrações criadas nas cordas pelo arco nas mãos do artista são transferidas para os tambores — os quais, igualmente, passam a ecoar através das cordas. Entretanto, conforme mostra o vídeo (acima), também é possível tocar diretamente os tambores do Yaybahar.
Diretamente da ficção científica clássica
Enfim, se é certo que há instrumentos eletrônicos que conseguem se passar por acústicos... A recíproca também deve ser verdadeira. Pelo menos nesse caso. O princípio, entretanto, parece bastante semelhante aos das tecnologias de efeitos especiais utilizadas nos filmes de ficção científica clássicos — e até em alguns modernos, como o relativamente recente Wall-E.
Senão, basta fazer um teste: estique uma mola de metal a uma distância considerável — e devidamente atada a duas bases —, e então bata suavemente. Se os antigos estúdios realmente sabiam o que estavam fazendo, é possível que você ouça um som semelhante ao de um raio laser — ou simplesmente um ruído incômodo, seguindo de palavras de baixo calão destinadas a certo redator do Tecmundo. A experiência deve ser válida, de qualquer forma.
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