Uma nova descoberta feita por um grupo da Universidade da Pensilvânia, nos EUA, pode nos permitir criar, em um futuro não muito distante, trajes que possuem seu próprio sistema de resfriamento (ou seja: uma roupa com ar-condicionado pessoal embutido).
O segredo para isso, segundo o artigo publicado pela universidade, está na utilização de nanofios flexíveis feitos de materiais eletrocalóricos – estes, quando sob um campo elétrico, reduzem a temperatura ao seu redor. A ideia, com isso, é a criação de um composto flexível, fácil de fabricar e amigável ao meio ambiente; mas que, acima de tudo, é seguro para humanos usarem.
Melhor em todos os sentidos
Embora materiais eletrocalóricos já sejam utilizados em aparelhos de resfriamento diversos, eles normalmente consistem em cristais ou cerâmicas que, independente de seu tamanho, são completamente rígidos. Outra possibilidade de resfriamento seria a utilização de polímeros ferroelétricos; o campo elétrico necessário para o processo, porém, está acima dos limites de segurança para um humano.
Como dito anteriormente, o material desenvolvido pelo professor Qing Wang promete ser bastante diferente. Composto por um alinhamento vertical de titanato de estrôncio e bário, esse nanofio é completamente maleável e, com apenas 36 volts (um valor seguro para seres humanos), é capaz de resfriar o ambiente em até 14,7°C.
Uma vez que ele precisa de energia para funcionar, o traje feito com esse material também contaria com uma célula de bateria de aproximadamente 500 gramas, mais ou menos do tamanho de um iPad. Com essa energia, uma roupa dessas pode se manter em funcionamento por aproximadamente duas horas.
Prepare-se para as roupas do futuro
Mesmo com uma limitação dessas, as aplicações para esse material são várias. Roupas com um sistema de resfriamento como esses poderiam estar presentes nos equipamentos de bombeiros e nos uniformes de atletas, por exemplo, garantindo uma maior eficiência mesmo quando submetido a grandes temperaturas.
Não menos digno de nota é o fato de que, diferente da maioria dos compostos eletrocalóricos, os nanofios feitos pela equipe não utilizam chumbo ou outros metais pesados. Isso faz dele muito mais leve do que outros materiais do gênero.
Infelizmente, ainda há um longo caminho a ser percorrido antes de conseguirmos usar isso de verdade em trajes com sistemas de ar-condicionado. “Agora precisamos projetar um sistema que possa resfriar uma pessoa e remover o calor gerado no resfriamento das imediações”, explicou Qing Wang.
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