A Playboy acaba de anunciar a mudança mais drástica já feita em suas revistas: em um futuro não muito distante, ela vai deixar de exibir imagens de garotas completamente nuas. A ideia, com isso, é que as próximas edições lançadas pela companhia não sejam mais exclusividade dos mais velhos tornando-se acessíveis também a um público mais jovem.
O motivo para tamanha alteração? A internet, é claro. Como dito por Scott Flanders, chefe executivo da Playboy, o acesso fácil e grátis que temos à pornografia online, seja através de nosso celular, tablet ou PC, tirou todo o impacto desse tipo de conteúdo. “Você está a apenas um clique de distância de qualquer ato sexual imaginável de graça”, explicou.
Basta dar uma olhada nos números para ter uma ideia de como o acesso cada vez maior à internet prejudicou os negócios da Playboy. Da circulação de 5,6 milhões de revistas, em 1975, o número de edições reduziu para apenas 800 mil; como resultado, a edição norte-americana da revista dá um prejuízo anual de US$ 3 milhões.
Menos nudes = mais acessos
A esse ponto, não devem faltar leitores se perguntando sobre o que será da Playboy – afinal, o que é uma revista famosa por seu conteúdo pornográfico, mas sem esse conteúdo? Pode parecer uma jogada arriscada, mas acredite: a empresa tem bons motivos para seguir esse caminho.
Segundo o jornal The New York Times, a Playboy já havia sido forçada a disponibilizar conteúdo seguro. Isso foi necessário para que ela pudesse participar de redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter, e, por sua vez, conseguir um público online.
A primeira edição da Playboy, com ninguém menos do que Marilyn Monroe na capa
Mas a prova de que a nudez não era exatamente necessária veio quando a empresa abandonou esse tipo de conteúdo de seu site, em agosto do último ano. A mudança fez com que o número de acessos únicos mensais à página literalmente quadruplicasse, saltando de 4 milhões para 16 milhões – embora ao preço de diminuir sua faixa etária de leitores, que ia até 47 anos, para apenas 30.
Vale notar, aliás, que a luta da Playboy para se manter atualizada com a internet não é de hoje: ainda em 2011, por exemplo, a empresa lançou um app para iPad que continha todas as revistas já lançadas por eles. Pelo visto, é claro, isso não foi suficiente para salvar a companhia.
Inspirando-se na internet
E como vai funcionar a “nova” revista? Pode-se dizer que a empresa está tomando uma boa dose de inspiração das fotos sensuais que tantos marmanjos adoram ver no Instagram. A Coelinha do Mês vai continuar, por exemplo, mas as fotos em si, além de não conterem nudez, também serão menos produzidas.
De acordo com Cory Jones, um dos editores mais importantes da Playboy, a revista também vai apostar em um estilo mais limpo e moderno, mas que será “Um pouco mais acessível, um pouco mais íntimo”. Outra das mudanças está na adição de artistas visuais através das páginas – uma decisão tomada, em parte, após pesquisas da empresa revelarem que jovens são atraídos pela arte.
Para Cory Jones, editor da Playboy, abandonar nudez não é algo de que ele se orgulha, mas é necessário para salvar a revista
Seja como for, a decisão pode até salvar a companhia da falência, mas não é como se os representantes da companhia estivessem feliz em tomar esse caminho. “Não me entenda mal”, começou Jones, “meu eu de 12 anos de idade está muito decepcionado com meu eu atual. Mas é a coisa certa a se fazer”, explicou.
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