A popular extensão de cupons Honey, que faz buscas por descontos em loja online, está em queda livre. O serviço perdeu uma alta quantidade de usuários em apenas duas semanas, após denúncias envolvendo práticas contestáveis da ferramenta viralizarem no YouTube.
Segundo o site 9to5Google, a loja de extensões do Google Chrome aponta que o serviço agora tem 17 milhões de membros — o que, a partir de buscas reversas por versões antigas da página, sugere que ao menos 3 milhões de pessoas desinstalaram a extensão desde o dia 21 de dezembro de 2024, quando ele acumulava 20 milhões de usuários. Essa é a data em que foi ao ar um vídeo do canal MegaLag, que expôs atividades polêmicas da Honey.
O número deve ser maior, já que ele não leva em conta outros navegadores com loja própria de extensões, como é o caso do Firefox.
Entenda a polêmica da Honey
De acordo com as investigações do canal MegaLag, a Honey pode ser considerada um esquema fraudulento, que prejudica tanto os usuários quanto criadores de conteúdo que possuem links de afiliados para recebimento por último clique. Esses são os atalhos para produtos de lojas digitais com um endereço personalizado que, se resultar em uma compra, podem converter parte do valor ao influenciador parceiro.
Uma das controvérsias envolvendo a Honey é o fato de, ao buscar por cupons de desconto para uma pessoa, ela "troca" cookies de afiliação do criador de conteúdo para um endereço dela mesma. Esse "sequestro" faz com que o influenciador deixe de receber a verba extra, com o valor passando para a própria Honey.
Além disso, a companhia estaria escondendo de propósito cupons vantajosos demais para consumidores, escolhendo no lugar (juntamente com as lojas) apenas determinados descontos que ambas as partes concordam em fornecer — em especial porque, na maior parte dos casos, a própria Honey sai ganhando com o uso desses cupons parceiros.
A Honey é uma empresa que pertence atualmente ao tradicional serviço de pagamentos PayPal. Há alguns anos, ela tem investido pesado em marketing em especial no YouTube, patrocinando vídeos de gigantes da plataforma — incluindo o popular MrBeast e Marques Brownlee, renomado criador de conteúdo de tecnologia.
Em um comunicado enviado ao site The Verge, o vice-presidente de comunicação corporativa da companhia, Josh Criscoe, alega que a ferramenta "segue regras e práticas da indústria, incluindo a atribuição por último clique".
O vídeo que denunciou as práticas da empresa já tem 14 milhões de visualizações e ao menos uma ação judicial coletiva foi aberta contra a Honey envolvendo criadores de conteúdo que se dizem prejudicados.
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