Já é costume, no Brasil, ter que esperar um tempo até que as tecnologias cheguem. Felizmente algumas demoram menos do que as outras, e a velocidade da internet tem favorecido bastante a agilidade nesse processo.
É o caso das tecnologias de comunicação durante voos, como o uso do celular em aeronaves equipadas com Wi-Fi. Apesar de nenhuma das duas estarem disponíveis no país, algumas empresas de linhas aéreas já começam a estudar sistemas que permitem a utilização de celulares e também acesso a redes Wi-Fi durante o trajeto.
O Baixaki apurou que a Gol pretende instalar em suas aeronaves um servidor próprio para fornecer entretenimento e informação a seus clientes. Todo o conteúdo disponível em voo será criado pela própria companhia, e só será acessível dentro de seus aviões.
Além disso, devido ao alto custo do sistema de telefonia celular a bordo, a Gol pretende implantar apenas condições para envio e recebimento de SMS em suas aeronaves. O serviço deve começar a aparecer a partir de fevereiro, e levará até dois anos para estar presente em todas as aeronaves.
Já a TAM estuda a instalação de um sistema – em parceria com a suíça OnAir – que permite tanto o acesso à web, através de rede Wi-Fi, quanto a utilização de telefonia celular. Ao pesquisar detalhes a respeito do sistema, o Baixaki foi informado pela própria TAM de que seu equipamento permite até doze celulares GSM em ligação ao mesmo tempo e troca de mensagens SMS.
Em termos de internet, a TAM passará a oferecer conexão de banda larga para smartphones, notebooks e outros aparelhos capazes de conexão Wi-Fi, sem limite de quantidade de aparelhos ligados na rede.
A Azul também cogita a implantação de internet em suas aeronaves, complementada por um sistema de TV ao vivo via satélite, para seus clientes que não dispuserem de aparelhos capazes de conexão. Essa intenção foi comentada durante a IX Feira de Gestão da FAE Business School em Curitiba, em 2009, e os testes do sistema devem iniciar em 2010.
Burocracia e segurança
Apesar de as empresas prometerem para o primeiro semestre de 2010 os voos iniciais para teste dos equipamentos de comunicação, alguns detalhes ainda impedem o sistema de decolar.
Além da necessidade de certificação por parte da ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), autorizando a atuação da empresa suíça em território nacional e a adequação de seus equipamentos, a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) também tem que verificar os riscos para os dispositivos de tráfego aéreo e de controle das aeronaves.
Outro empecilho para a oficialização da tecnologia nas linhas aéreas brasileiras é a própria legislação a respeito. Atualmente o uso de celulares e outros eletrônicos de comunicação só é permitido em solo, enquanto as portas dos aviões estão abertas e os motores desligados.
Esse é um dos motivos da existência do “modo de voo” em portáteis. Neste regime de funcionamento, todas as antenas – telefonia, 3G, Wi-Fi etc – do aparelho que poderiam influenciar os instrumentos da aeronave são desativadas.
Passagem no bolso
Em solo a tecnologia móvel também tem conquistado as empresas aéreas. Todas as empresas citadas neste artigo dispõem de sistemas de web check-in.
Porém a Gol está um passo à frente, ao lançar um app para iPhone – o Gol Mobile – e também maneiras de acessar seus tickets de embarque pelo celular. Cômodo, prático e bom para o meio ambiente, já que dispensa a impressão dos canhotos de passagem. Uma segunda versão do Gol Mobile já está em desenvolvimento para telefones Android.
Comodidade sempre
Um dos grandes benefícios que a maioria das inovações tecnológicas oferece é o aumento do conforto das pessoas. Quem já viajou de avião tem pleno conhecimento de como viagens mais longas podem ser enfadonhas, e a possibilidade de resolver problemas de trabalho, família ou até mesmo se divertir um pouco na internet já promete amenizar consideravelmente o desgaste da viagem.
Se você lembrar que antes de um voo existe a fila do check-in, a combinação de telefonia e internet a bordo das aeronaves com o check-in direto de seu celular parece o paraíso dos aeroportos não é mesmo?