(Fonte da imagem: Reprodução/Wikipédia)
A República Democrática Popular da Coreia do Norte, por si só, já é um dos países mais bizarros e curiosos do planeta: além de ser geograficamente isolada por montanhas e planaltos, ela é igualmente afastada do mundo na área política, já que segue um modelo ditatorial socialista com base em ações como censura e péssimas relações internacionais.
Por isso, é claro que a internet por lá não poderia ser uma coisa normal. Para começar, ela é extremamente restrita, podendo ser acessada apenas por uma parcela da população que é considerada a “elite” do país, como acadêmicos, cientistas e parentes ou amigos do líder Kim Jong-Un.
Para quem não conta com esse privilégio, há um servidor próprio, o Kwangmyong (“Brilhante”, em coreano). Trata-se de uma rede totalmente construída para manter a população informada e entretida no computador – mas apenas com as páginas e informações que o governo quer que o povo veja, incluindo muita propaganda política. O serviço é público e gratuito, mas o acesso é monitorado 24 horas por dia.
Outro mundo
Cada site oficial do governo local conta com um código na programação que serve para um único propósito: identificar o nome do líder atual, Kim Jong-Un, e aumentar a fonte do texto para que o trecho fique em destaque do resto do site. E cada palavra digitada precisa ser cuidadosamente revisada: erros de escrita já foram motivos para enviar jornalistas para os campos de trabalho pesado no país.
O nome de Kim Jong-Un aparece em destaque nas páginas. (Fonte da imagem: Reprodução/The Week)
Outra curiosidade é que o calendário dos computadores da Coreia do Norte não marcam 2012, mas sim 101 – número que marca o aniversário de Kim Il-Sung, antigo chefe de Estado do país que fez profundas mudanças políticas por lá.
Há apenas um cibercafé no país, na capital Pyongyang. E nada de Windows: o sistema operacional é o Red Star, totalmente personalizado para uso interno. O navegador-padrão é o Naenara (“Meu país”, em coreano), uma versão modificada do Firefox.
Celular
Com dispositivos móveis, a história é diferente: há uma rede própria também, mas a fiscalização é menor – e muitos corajosos contrabandeiam celulares da China para realizarem chamadas internacionais ou acessar a internet (o que já é um avanço, mas não é grande coisa, já que os chineses também censuram conteúdo).
O sistema operacional Red Star. (Fonte da imagem: Reprodução/BBC)
Para isso, entretanto, é preciso ficar a 10 km da fronteira com a China, para que haja alguma rede disponível. E, se você for pego pela polícia local, o sinal do celular será a menor das suas preocupações.
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