Desde que a internet chegou às casas, muitos avanços aconteceram nos padrões e nas tecnologias de transmissão de dados em altas velocidades. Se antes éramos obrigados a utilizar os computadores conectados por cabos, hoje os sinais sem fio estão presentes em quase todos os lugares, facilitando ainda mais a vida dos usuários de internet.
Agora, um dos grandes assuntos em voga é a possível troca de equipamentos de transmissão com padrões de velocidade Megabit para outros com padrões Gigabit. Em teoria, isso poderia deixar as transmissões até 10 vezes mais rápidas do que as atuais — o mesmo avanço prometido na troca do USB 2.0 pelo USB 3.0.
A tecnologia já existe, mas, assim como o USB 3.0, ainda está em processo de difusão e não pode ser vista com tanta frequência quanto os padrões anteriores. Mas será que a mudança é realmente tão drástica quanto se imagina? Dez vezes mais velocidade não seria esperar demais de uma evolução tecnológica?
O que temos atualmente
A grande maioria das casas brasileiras que possuem acesso à internet banda larga possuem roteadores nos padrões Megabit. Isso significa que as velocidades máximas às quais as conexões podem chegar ficam em torno dos 300 Mbps (Megabits por segundo, não confundir com Megabytes). Há modelos que vão além disso, mas são mais voltados para ambientes empresariais, que demandam maior velocidade.
Roteador DIR-655 Gigabit da D-Link (Fonte da imagem: Divulgação/D-Link)
Apesar de muitos aparelhos possuírem conectividade em frequências de 5 GHz, eles ainda não são a maioria. Com isso, torna-se quase obrigatório que os administradores de rede configurem seus roteadores para que trabalhem apenas na faixa de frequência de 2,4 GHz, que é menos veloz — devido ao espectro de sinal — e também sofre menos interferências.
Vários outros equipamentos eletrônicos trabalham na faixa dos 2,4 GHz, por isso é comum que o sinal acabe sendo atrapalhado por telefones sem fio, por exemplo. Devido a esse fato é que muitas vezes as transmissões de dados — incluindo as realizadas entre computadores ligados em uma mesma rede — podem demorar bastante para serem concluídas.
Gigabit: dez vezes mais velocidade?
Sempre que compramos um modem ou roteador ou mesmo quando assinamos planos de internet, precisamos ter em mente que dificilmente conseguiremos velocidades estáveis do mesmo modo como nos é prometido. Isso acontece, principalmente, porque estamos sujeitos a uma grande quantidade de interferências.
Google Fiber: 1 Gbps de velocidade (Fonte da imagem: Reprodução/Google Fiber)
Como já dissemos, os padrões Gigabit prometem 10 vezes mais velocidade do que os Megabit. Mas os testes realizados até agora mostram que há bem menos eficiência nisso do que o que estava sendo prometido. Segundo o site Tom’s Hardware, enquanto um arquivo de 4,3 GB deveria ter sido transferido pela velocidade média de 125 MB/s (Megabytes por segundo), ele só atingiu os 35,8 MB/s.
Isso significa que, em vez de apresentar 10 vezes mais potência, ele esteve apenas 2,8 vezes mais rápido. É claro que isso já é um grande avanço para a tecnologia, afinal de contas a redução no tempo de espera para as transmissões pode ser muito importante para os consumidores de todo o mundo. Vale lembrar que os testes foram realizados em redes internas.
O que isso muda em minha vida?
As possibilidades oferecidas pela utilização dos novos equipamentos voltados à tecnologia Gigabit não são inéditas. É claro que mais velocidade é sempre uma ótima notícia, ainda mais quando pensamos no tempo que seria economizado para cada uma das tarefas que costumamos realizar quando estamos conectados — troca de arquivos em rede e downloads, por exemplo.
Switch com compatibilidade Gigabit (Fonte da imagem: Divulgação/NetGear)
Outro grande benefício do novo padrão está no alcance das conexões. Utilizando os protocolos IEEE 802.11ac, equipamentos Gigabit conseguem enviar dados com menos perdas para cômodos mais distantes nas residências, sem sofrer tanto com a perda de sinal como aconteceria com outros aparelhos.
O que é preciso para utilizar os novos padrões
Antes de mais nada, você precisa ter uma conexão à internet que seja de boa qualidade e velocidade. Um roteador capaz de transmitir dados em altas velocidades não serviria para nada em uma internet de apenas 1 Mbps — seria o mesmo que comprar gasolina de alta octanagem para abastecer uma moto de 50 cilindradas.
Além do plano de internet, equipamentos (modems, roteadores ou switches) compatíveis com a nova tecnologia são de extrema importância. Por fim, os computadores que serão conectados à rede Gigabit precisam ter compatibilidade com a frequência de 5 GHz — placas de rede ou adaptadores capazes de interpretar esse tipo de sinal.
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Você já está pensando em levar os novos padrões para sua casa? É bem provável que nos próximos anos os equipamentos Gigabit dominem o mercado, e um dos grandes responsáveis é o 802.11ac, que já começa a mostrar que está disposto a roubar o espaço do 802.11n. Será que isso será concretizado?
Fontes