Todas as conexões foram desligadas simultaneamente (Fonte da imagem: Reprodução/CloudFlare)
Matthew Prince, CEO da CloudFlare publicou um texto no final da semana passada mostrando investigações sobre todos os detalhes do desligamento da internet na Síria. A empresa de segurança na internet coletou todos os dados desde o momento da queda da rede.
Enquanto informações oficiais atribuem a culpa a um corte de cabos feito por grupos terroristas, os relatórios mostram situações completamente diferentes. Para Prince, o corte de cabos parece uma situação “bem improvável”.
Ele explica que toda a conectividade foi interrompida, não apenas de uma região. O provedor exclusivo de todo o país é a Instituição de Telecomunicações da Síria e, quando ocorreu o corte, as rotas de BGP para IPs sírios foram retiradas simultaneamente de todos os provedores da Síria.
Com isso, as redes ficaram incapazes de rotear dados para servidores sírios, gerando o corte total de internet no país. Prince ainda explica que a Síria tem quatro cabos conectando o país ao resto da rede, sendo que três deles são submarinos e apenas um é terrestre, passando pela Turquia.
Para que o corte total ocorresse por ataques como o governo sírio sugeriu, seria necessário cortar os quatro cabos exatamente no mesmo segundo, o que é praticamente impossível. No vídeo abaixo, você pode visualizar o momento exato do corte. Prince garante que as redes que aparecem logo após o corte são anomalias, sendo que já foi comprovada a falta de atividade nelas no momento do desligamento.
Matthew Prince finaliza dizendo que a Síria possivelmente tem poucos roteadores, todos controlados por um provedor estatal, e a maneira sistemática da retirada das redes aponta para um corte feito por meio de configurações destes roteadores, mas não por qualquer falha física.
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