A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, está bloqueando a postagem de um arquivo relacionado ao candidato à vice-presidência dos Estados Unidos, JD Vance. O dossiê teria sido obtido a partir de uma invasão a servidores da campanha do partido Republicano, de Donald Trump.
O suposto documento foi escrito pelo próprio partido no período em que Trump ainda estava escolhendo o seu colega de chapa — e traz até possíveis pontos negativos sobre Vance, que é senador pelo estado de Ohio. Ele foi um dos arquivos que teriam sido acessados por hackers de origem iraniana.
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O jornalista independente Ken Klippenstein, que divulgou o dossiê originalmente, teve a conta suspensa na plataforma. Outros veículos teriam recebido o dossiê, mas decidiram não publicá-lo por diferentes motivos.
A postagem do link para o documento suprimida na rede social.Fonte: The Verge
Sites como o The Verge tentaram publicar o link para o arquivo original como forma de teste, mas foram bloqueados pela rede social de fazer uma postagem a partir de uma mensagem de erro que o classifica como "potencialmente danoso".
Liberdade de expressão
Em nota para a NBC, o X explicou que o perfil do jornalista foi "temporariamente suspenso por violar as regras de postar informações privadas e pessoais integralmente".
Porém, o banimento de Klipperstein e a impossibilidade de postar o link para o dossiê de JD Vance gerou críticas de parte da comunidade ao X. Isso porque a ação vai contra os princípios atuais da plataforma e a gestão de Elon Musk, o bilionário dono da rede social.
Antes da gestão de Musk, o Twitter não permitia a publicação de materiais frutos de invasões. Nas eleições norte-americanas de 2020, documentos que supostamente mostrariam atividades suspeitas de Hunter Biden, filho do presidente Joe Biden, foram banidos. Os próprios Twitter Files, documentos publicados por aliados de Musk após a aquisição da plataforma, mostravam de forma crítica que a rede social teria supostamente favorecido o político
Essa política mudou ainda antes da compra da rede social por Musk, mas ele mesmo concordou na época que "suspender contas de organizações jornalísticas por publicar histórias críveis era incrivelmente inapropriado".
Trump e Vance, candidatos à presidência dos EUA.Fonte: GettyImages
De acordo com as críticas e a política atual de liberdade de expressão da plataforma — em que até deepfakes de paródia são permitidos e Musk reclama de possível censura por parte de órgãos como o Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil —, o conteúdo poderia ser liberado e ter a autenticidade ou importância debatida pelos próprios usuários e entidades responsáveis.
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