O Comitê de Supervisão do Facebook confirmou que vai analisar casos de postagens na rede social sobre a crise política na Venezuela. A decisão é considerada urgente e deve ser divulgada dentro de 30 dias.
O grupo, que é vinculado ao Facebook mas atua de forma independente, alega que esse é um caso que merece análise rápida por causa de circunstâncias excepcionais, ativadas "quando o assunto pode gerar repercussões imediatas no cenário global".
No caso do país sul-americano, o clima é de tensão desde as eleições presidenciais no final de julho deste ano. O presidente Nicolás Maduro, candidato à reeleição, teve os resultados de sua vitória contestados e ainda não apresentou as atas oficiais requisitas pela oposição e entidades internacionais.
Após a análise do Comitê, a Meta terá uma orientação sobre como lidar com esse tipo de conteúdo na Venezuela de forma mais ampla, o que pode significar uma moderação mais restrita. Um caso similar foi acionado anteriormente pela plataforma em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
O que a Meta vai analisar
Segundo o Comitê de Supervisão, as postagens que podem ser moderadas envolvem grupos armados apoiados pelo governo chamados de "colectivos" e que participam dos atos de repressão.
Em uma das publicações, a legenda de um vídeo que mostra um grupo de homens em motocicletas traz o que foi considerado como "incitamento à violência grave". Na segunda postagem, o responsável pela filmagem de um conteúdo diz esperar pela morte dos membros de um colectivo.
Eleição de Maduro ainda não é considerada oficial por outros países. (Imagem: Getty Images)Fonte: GettyImages
O clima de tensão na Venezuela também envolve outra rede social: Maduro chegou a chamar o bilionário Elon Musk, dono do X (o antigo Twitter) para uma brigar e acusa ele de interferir no processo eleitoral.
Além de bloquear o próprio X e também o mensageiro Signal, o presidente também já sugeriu que a população deveria desinstalar o WhatsApp dos celulares.
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