O X, antigo Twitter, abriu um processo judicial contra um grupo de grandes anunciantes nesta terça-feira (6). A plataforma alega que a Global Alliance for Responsible Media (GARM), entidade composta por marcas do calibre de Adidas, Dell, Electronic Arts, McDonald's, Nike, Mastercard, Coca-Cola, além de muitas outras, boicotam a rede social de forma ilegal.
Em uma carta aberta para anunciantes, a CEO do X, Linda Yaccarino, se manifestou sobre o assunto. "Eu li o relatório intitulado 'Danos do GARM' do Comitê Judiciário da Câmara dos Estados Unidos no mês passado. O relatório revelou que a investigação descobriu evidências de um boicote ilegal contra várias companhias, incluindo o X", disse.
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Na visão dela, o objetivo do grupo é privar os usuários do X de acessar a rede social, ameaçando a sustentabilidade da empresa no longo prazo. "Para simplificar, o povo é prejudicado se o mercado de ideias é minado e alguns pontos de vista não são financiados em comparação a outros como parte de um boicote ilegal", pontuou.
— Linda Yaccarino (@lindayaX) August 6, 2024
As empresas reduziram o investimento em publicidade no X após Elon Musk adquirir a empresa. A decisão do bilionário em afrouxar as regras de moderação permitiu a propagação discursos considerados arriscados. Marcas optaram por não vincular seus nomes a esse tipo de publicação.
O relatório mencionado por Yaccarino foi publicado em 10 de julho deste ano. No documento, os reguladores dos EUA mencionavam que o a decisão generalizada de não veicular publicidade em "conteúdo desfavorecido" era "alarmante".
Atualmente, o GARM é composto por dezenas de empresas, incluindo YouTube, Disney, Meta, American Express, Mastercard, Microsoft e o próprio X. O grupo determina padrões de segurança que devem ser seguidos por portais de publicidade.
Tiro no escuro
A ação judicial do X, porém, pode não gerar nada. A Primeira Emenda da constituição norte-americana garante que empresas podem escolher em quais veículos ou produtos querem veicular publicidade.
Em uma publicação no X, Elon Musk, dono do X, encorajou que outras empresas afetadas pelo "boicote sistemático" também entrem na justiça contra os principais anunciantes.
I strongly encourage any company who has been systematically boycotted by advertisers to file a lawsuit.
— Elon Musk (@elonmusk) August 6, 2024
There may also be criminal liability via the RICO Act.
"Eu recomendo fortemente que qualquer empresa que tenha sido sistematicamente boicotada por anunciantes entre com uma ação judicial", disse o bilionário no post.
A Message to X Users pic.twitter.com/6bZOYPhWVa
— Linda Yaccarino (@lindayaX) August 6, 2024
Yaccarino também fez um comunicado público voltado para os usuários do X. Em vídeo, a executiva menciona que o boicote ameaça o futuro da rede social — tudo de forma bem formal e robotizada.
Você acaba de receber um processinho
Essa é só mais uma das inúmeras ações judiciais movidas pelo X e Elon Musk contra seus vários adversários, concorrentes e ex-parceiros. Mais recentemente, o dono da rede social processou os cofundadores da OpenAI por persuadi-lo a fundar a empresa.
Em republicação da carta aberta de Yaccarino, Musk menciona que "agora é guerra", contra anunciantes.
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