CrowdStrike: grave apagão cibernético afeta a Microsoft e provoca tela azul no mundo todo

Por Carlos Palmeira

19/07/2024 - 02:333 min de leitura

CrowdStrike: grave apagão cibernético afeta a Microsoft e provoca tela azul no mundo todo

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Imagem de CrowdStrike: entenda a grave falha cibernética que está provocando apagões no mundo todo no tecmundo

Um grande apagão cibernético ocorrido na noite de ontem (18) na empresa de cibersegurança CrowdStrike gerou um caos em várias partes do mundo. O problema causou indisponibilidade de vários serviços como bancos, bolsas de valores, emissoras de televisão e companhias aéreas.

A CrowdStrike é a companhia de cibersegurança responsável pela Falcon, uma ferramenta utilizada pela Azure, sistema de computação em nuvem da Microsoft. Por causa disso, vários sistemas da big tech estão fora do ar.

No caso do Brasil, de acordo com o Down Detector, há relatos de instabilidade em serviços como Microsoft Store e Microsoft 365, além da própria Azure.

De acordo com George Kurz, CEO da CrowdStrike, a queda aconteceu por causa de uma atualização. “Isso não foi um incidente de segurança ou um ciberataque”, disse o executivo no X (antigo Twitter).

Kurtz complementou que o problema foi identificado e um update de correção foi implementado.

Problemas ao redor do mundo

As falhas cibernéticas da CrowdStrike geram instabilidade em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Um dos principais setores da economia afetados pelo problema foi o a aviação civil.

No começo da manhã desta sexta-feira (19), a empresa Cirium, que monitora a aviação mundial, pontuou que quase 1,4 mil voos tinham sido cancelados ou atrasados. Dentre os países afetados estão:

Escócia;

Turquia;

Estados Unidos;

Canadá;

Itália;

Alemanha;

Austrália;

Filipinas;

Japão;

Índia.

Além de empresas aéreas, diversas outras gigantes tiveram problemas. McDonald’s, NHS (sistema de saúde do Reino Unido), canais de TV da Paramount como MTV e VH1, Sky News, e Visa e Xbox estiveram na lista dos afetados.

E como a Microsoft é um dos principais clientes da CrowdStrike, várias plataformas da companhia ficaram fora do ar. Dentre elas: Microsoft Defender, Teams, Microsoft Defender para Endpoint, Intune, OneNote, OneDrive e SharePoint.

Em uma escala bastante menor, o caos também afetou os aeroportos no Brasil. O editor do Voxel, Mateus Mognon, viajou nesta manhã no trecho Chapecó (SC) - Campinas (SP) - Campos dos Goytacazes (RJ). Em Viracopos, em Campinas, ele disse que a situação estava caótica.

"Os funcionários estavam dizendo para todos os lados que estavam 'sem sistema'. O vôo atrasou por causa disso também e o piloto disse que o sistema tava fora e não conseguiam emitir certos documentos do voo", relatou. Por causa disso, estavam sendo emitidos bilhetes de embarque escritos à mão. Confira, abaixo:

Cartão de embarqueO cartão de embarque do editor do Voxel, Mateus Mognon, e de sua namorada foram escritos à mão. (Imagem: Mateus Mognon/Voxel)

 

Bug causou tela azul no mundo todo

De acordo com relatos das empresas afetadas, uma atualização do provedor de segurança da CrowdStrike foi o problema. A atualização para um driver de kernel acabou não funcionando corretamente e gerou uma reação em cadeia de falhas.

Ao invés de este update funcionar normalmente, ele acabou corrompendo e forçando os computadores a entrar em um loop de reinicialização. Os PCs acabaram apresentando a temida e famosa tela azul, o que impediu o uso das máquinas.

MicrosoftO bug no software CrowdStrike gerou a temida tela azul. (Imagem: Reprodução)

Como a Microsoft é uma das principais clientes do programa Falcon, somente computadores com Windows registraram as intermitências. Ou seja, aparelhos com Linux e Mac não tiveram nenhum tipo de bug.

O problema em servidores da Microsoft foi resolvido?

De acordo com George Kurtz, CEO da CrowdStrike, o problema já foi descoberto e “foi resolvido”. Em entrevista à NBC, ele comentou que os sistemas devem demorar para voltar ao normal, porém.

“Pode levar algum tempo para alguns sistemas que simplesmente não se recuperam, mas nossa missão é garantir que todos os clientes estejam totalmente recuperados”, argumentou.

“Lamentamos profundamente o impacto que causamos aos clientes, aos viajantes e a qualquer pessoa afetada por isso, incluindo nossas empresas”, completou Kartz.

ManilaAeroporto de Manila, nas Filipinas, registrou transtorno por causa do apagão cibernético. (Imagem: Ezra Acayan/Getty Images)

Mais cedo, no Twitter, ele indicou que os clientes da marca entrassem em contato com o suporte para receber as atualizações mais recentes sobre o caso. “Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes CrowdStrike”, havia dito por volta das 6h45 (horário de Brasília) de hoje.

A Microsoft também se posicionou sobre o assunto. Primeiro, a companhia colocou a culpa em um “software de terceiros”. Posteriormente, a big tech comentou que a questão havia sido resolvida, mas que havia um “impacto residual” que continuava afetando os serviços ao redor do mundo.


Por Carlos Palmeira

Especialista em Redator

Paulistano, corintiano e pedestre desde 1993. Jornalista formado pela Universidade Federal de Mato Grosso, escrevo sobre games, tecnologia, ciência e cultura pop. Fã de Red Hot Chili Peppers e apaixonado por maracujá, pão de queijo e rap.


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