Um grande apagão cibernético ocorrido na noite de ontem (18) na empresa de cibersegurança CrowdStrike gerou um caos em várias partes do mundo. O problema causou indisponibilidade de vários serviços como bancos, bolsas de valores, emissoras de televisão e companhias aéreas.
A CrowdStrike é a companhia de cibersegurança responsável pela Falcon, uma ferramenta utilizada pela Azure, sistema de computação em nuvem da Microsoft. Por causa disso, vários sistemas da big tech estão fora do ar.
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No caso do Brasil, de acordo com o Down Detector, há relatos de instabilidade em serviços como Microsoft Store e Microsoft 365, além da própria Azure.
Biggest IT fail ever
— Elon Musk (@elonmusk) July 19, 2024
De acordo com George Kurz, CEO da CrowdStrike, a queda aconteceu por causa de uma atualização. “Isso não foi um incidente de segurança ou um ciberataque”, disse o executivo no X (antigo Twitter).
Kurtz complementou que o problema foi identificado e um update de correção foi implementado.
Problemas ao redor do mundo
As falhas cibernéticas da CrowdStrike geram instabilidade em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Um dos principais setores da economia afetados pelo problema foi o a aviação civil.
No começo da manhã desta sexta-feira (19), a empresa Cirium, que monitora a aviação mundial, pontuou que quase 1,4 mil voos tinham sido cancelados ou atrasados. Dentre os países afetados estão:
Escócia;
Turquia;
Estados Unidos;
Canadá;
Itália;
Alemanha;
Austrália;
Filipinas;
Japão;
Índia.
Além de empresas aéreas, diversas outras gigantes tiveram problemas. McDonald’s, NHS (sistema de saúde do Reino Unido), canais de TV da Paramount como MTV e VH1, Sky News, e Visa e Xbox estiveram na lista dos afetados.
E como a Microsoft é um dos principais clientes da CrowdStrike, várias plataformas da companhia ficaram fora do ar. Dentre elas: Microsoft Defender, Teams, Microsoft Defender para Endpoint, Intune, OneNote, OneDrive e SharePoint.
Em uma escala bastante menor, o caos também afetou os aeroportos no Brasil. O editor do Voxel, Mateus Mognon, viajou nesta manhã no trecho Chapecó (SC) - Campinas (SP) - Campos dos Goytacazes (RJ). Em Viracopos, em Campinas, ele disse que a situação estava caótica.
"Os funcionários estavam dizendo para todos os lados que estavam 'sem sistema'. O vôo atrasou por causa disso também e o piloto disse que o sistema tava fora e não conseguiam emitir certos documentos do voo", relatou. Por causa disso, estavam sendo emitidos bilhetes de embarque escritos à mão. Confira, abaixo:
O cartão de embarque do editor do Voxel, Mateus Mognon, e de sua namorada foram escritos à mão. (Imagem: Mateus Mognon/Voxel)
Bug causou tela azul no mundo todo
De acordo com relatos das empresas afetadas, uma atualização do provedor de segurança da CrowdStrike foi o problema. A atualização para um driver de kernel acabou não funcionando corretamente e gerou uma reação em cadeia de falhas.
Ao invés de este update funcionar normalmente, ele acabou corrompendo e forçando os computadores a entrar em um loop de reinicialização. Os PCs acabaram apresentando a temida e famosa tela azul, o que impediu o uso das máquinas.
O bug no software CrowdStrike gerou a temida tela azul. (Imagem: Reprodução)
Como a Microsoft é uma das principais clientes do programa Falcon, somente computadores com Windows registraram as intermitências. Ou seja, aparelhos com Linux e Mac não tiveram nenhum tipo de bug.
O problema em servidores da Microsoft foi resolvido?
De acordo com George Kurtz, CEO da CrowdStrike, o problema já foi descoberto e “foi resolvido”. Em entrevista à NBC, ele comentou que os sistemas devem demorar para voltar ao normal, porém.
“Pode levar algum tempo para alguns sistemas que simplesmente não se recuperam, mas nossa missão é garantir que todos os clientes estejam totalmente recuperados”, argumentou.
“Lamentamos profundamente o impacto que causamos aos clientes, aos viajantes e a qualquer pessoa afetada por isso, incluindo nossas empresas”, completou Kartz.
Aeroporto de Manila, nas Filipinas, registrou transtorno por causa do apagão cibernético. (Imagem: Ezra Acayan/Getty Images)
Mais cedo, no Twitter, ele indicou que os clientes da marca entrassem em contato com o suporte para receber as atualizações mais recentes sobre o caso. “Nossa equipe está totalmente mobilizada para garantir a segurança e estabilidade dos clientes CrowdStrike”, havia dito por volta das 6h45 (horário de Brasília) de hoje.
A Microsoft também se posicionou sobre o assunto. Primeiro, a companhia colocou a culpa em um “software de terceiros”. Posteriormente, a big tech comentou que a questão havia sido resolvida, mas que havia um “impacto residual” que continuava afetando os serviços ao redor do mundo.