O YouTube está negociando o licenciamento de mais artistas com o objetivo de treinar novas ferramentas de IA generativa. A empresa ofereceu um contrato para gravadoras como Universal, Sony e Warner, para que elas cedam mais faixas que podem ser “clonadas” pela inteligência artificial, e aproveitadas para gerar novo conteúdo.
No final do ano passado, o YouTube anunciou uma ferramenta para gerar músicas de IA para vídeos. O projeto, chamado de “Dream Track”, está sendo testado com um seleto grupo de artistas que residem nos EUA. Agora, de acordo com o Financial Times, a plataforma está tentando acordos legais para adquirir mais material de treino.
Segundo o jornal, o YouTube não pretende ampliar o Dream Track, mas testar novas ferramentas que podem ser lançadas posteriormente. A empresa estaria interessada em “dezenas” de artistas para desenvolver os novos recursos. A fonte afirmou que os contratos preveem pagamentos únicos, ao invés de comissões baseadas em royalties.
O Dream Track permite criar músicas com IA para uso em vídeos curtos. (Imagem: YouTube/Divulgação)Fonte: YouTube/Divulgação
Gravadoras estão se precavendo contra a IA
O Dream Track foi anunciado em novembro de 2023. Na época, parecia que treinar IAs generativas com músicas de grandes artistas seria mais fácil. Mas o cenário mudou bastante em poucos meses.
Em janeiro de 2024, um grupo de mais de 200 artistas, incluindo Billie Eilish, Pearl Jam e Katy Perry, exigiram que empresas de tecnologia parassem de usar a IA para “infringir e desvalorizar os direitos dos artistas humanos”.
Em maio, a Sony Music foi a primeira gravadora a se posicionar publicamente contra o uso indevido de seu catálogo para treinar ferramentas de IA. O documento foi enviado para mais de 700 empresas em todo o mundo, incluindo as de inteligência artificial e plataformas de streaming. Já a UMG ameaçou retirar seu catálogo do TikTok após violações de direitos autorais.
Artistas em evento da RIAA, a Associação Americana da Indústria de Gravação.Fonte: GettyImages
Em junho, a Recording Industry Association of America (RIAA) processou as empresas Suno e Udio. A instituição americana alegou que as companhias utilizaram, sem permissão, cópias de obras do catálogo das gravadoras associadas.
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