Nos últimos anos o YouTube vem tentando criar formas de acabar com a disseminação de notícias falsas na plataforma, porém, um estudo publicado recentemente aponta que produtores de conteúdo mal-intencionados ainda estão lucrando com informações mentirosas sobre a pandemia da COVID-19.
O estudo foi publicado por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), do Institute for Globally Distributed Open Research and Education e da Universidade da Califórnia; e aponta que mais de 50 canais brasileiros estão lucrando com fake news sobre a pandemia. A estratégia usada é substituir os principais termos do assunto por pronomes, textos, gestos e anagramas para burlar as políticas da rede social.
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A pesquisa analisou 3.318 vídeos, revelando que 41% desse conteúdo menciona a COVID-19 junto com algum fato deturpado e/ou de cunho falso. "A plataforma incentiva e premia canais distribuidores de teorias da conspiração e de saúde alternativa por meio de seu programa de parcerias. Nos chamou atenção a relativa tranquilidade com que esses canais se mantêm online e monetizados, mesmo desrespeitando as políticas da plataforma”, comenta Dayane Machado, jornalista e autora principal da pesquisa.
Em 2021, o YouTube removeu mais de 1 milhão de publicações falsas sobre o tema, e revelou estar trabalhando para continuar combatendo as fake news. No entanto, os resultados da análise mostram que esses criadores de conteúdo conseguem gerar lucro mesmo com as ações da plataforma.
Além disso, o estudo conseguiu identificar que um dos principais catalisadores para a distribuição de fake news são serviços alternativos, como o Telegram. O próximo passo da pesquisa, divulgada na revista Frontiers in Communication, é entender qual o papel dessa plataforma na circulação de fake news sobre saúde.
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