Mais conhecida como a Terceira Onda da Internet, a Web 3.0 é construída baseada em três pilares principais: descentralização — independência de bancos, órgãos governamentais, fronteiras demográficas ou tecnologias de empresas; privacidade — prevenção da exposição de dados pessoais; e virtualização — traduzida pelo fortalecimento de mundos digitais e a reprodução de experiências realistas de modo virtual.
Essa nova era está sendo construída com a ajuda de tecnologias inovadoras, principalmente o blockchain, que permite o trânsito de cadeias de dados de modo seguro, anônimo e independente. Adicionalmente, a evolução das tecnologias de Realidade Virtual (RV) e Realidade Aumentada (RA) proporcionou o surgimento vigoroso do metaverso, espaço virtual e compartilhado que visa replicar a realidade por meio de dispositivos digitais.
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Pessoa encontrando a conectividade com o mundo a partir da Web 3.0.Fonte: Getty Images
Por exemplo, óculos de RV permitirão uma imersão verdadeira nos mundos tridimensionais para assistir a eventos esportivos como se estivéssemos em um estádio. Alunos poderão fazer experiências químicas que seriam perigosas se feitas em um laboratório real; consumidores farão test drive em veículos sem necessidade de ir à concessionária. Incrível, não é mesmo?
A dúvida que emerge é se o Brasil está, de fato, pronto para navegar nesse novo mundo de possibilidades.
A resposta passa pela necessidade de avanços em pontos fundamentais. É preciso, sobretudo, haver políticas públicas que permitam a expansão da conectividade. A elevada carga tributária incidente sobre o setor de Telecom, o mau uso dos fundos setoriais, leis de antenas antigas e o roubo e furto de cabos de comunicação são alguns fatores que atrasam de forma contundente a digitalização do país.
Nesse sentido, não há tempo a perder. Mais do que otimizar a experiência virtual, os metaversos devem movimentar a economia mundial com muita intensidade. Empresas de todos os setores estão migrando para a economia digitalizada.
Isso irá impactar, inclusive, as relações de trabalho. Legislações que tratam de direitos, crimes e outras regulações precisam ser mudadas para abarcar também esses novos mundos conectados.
Afinal, como inovar com a chegada da Web 3.0?
Enquanto o ecossistema de inovação trabalha para que o metaverso e a Web 3.0 se tornem realidade nos próximos anos, é preciso atentar para vários desafios que precisam ser superados. Entre eles, o de entender que as políticas públicas não têm a mesma velocidade do avanço da tecnologia.
Além disso, será necessário muito mais investimentos e capacitação por parte das empresas e setor público. De nada adianta oferecer ultra velocidade, se crianças e professores não têm as aptidões mínimas para extrair sua potencialidade. Segundo a União Internacional de Telecomunicações, apenas 20% da população brasileira têm habilidades básicas em tecnologia da informação e comunicação. É muito pouco!
Homem com terno fazendo negócios por meio do Metaverso.Fonte: Getty Images
Nessa indústria disruptiva e incipiente, ainda é impossível imaginar quais serão todas as aplicações possíveis. O que se sabe, porém, é que ela é absolutamente dependente de uma excelente conectividade e que será necessária uma infraestrutura tecnológica robusta, capaz de fornecer toda a capacidade de computação, armazenamento e largura de banda para proporcionar uma experiência adequada.
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Na economia do presente, as vantagens proporcionadas pelo 5G caminham para se tornarem imprescindíveis, o mesmo acontece com a massificação da banda larga. Governos e os diversos setores da economia precisarão destravar gargalos e investir muito em pesquisa e capacitação, visto que, na Web 3.0, os internautas serão cada vez mais responsáveis por seus dados e seus ativos.
O Brasil ainda não está pronto e corre o risco de, novamente, chegar atrasado na próxima onda tecnológica. E então, qual é a sua opinião sobre a chegada do 5G no Brasil e a Web 3.0?