Um laboratório de pesquisas canadense, o Citizen Lab, analisou o sistema de autossugestões do Bing, o motor de buscas da Microsoft, e fez uma descoberta curiosa: o nome de pessoas e temas politicamente sensíveis na China não aparece no recurso AutoCompletar, como acontece com qualquer elemento buscado no serviço de pesquisas.
De acordo com o laboratório da Escola Munk de Assuntos Globais e Políticas Públicas da Universidade de Toronto, essas palavras, tanto digitadas com caracteres chineses como em letras do alfabeto inglês, são a segunda maior categoria de nomes censurados pela autossugestão, atrás apenas de termos ligados a pornografia e erotismo.
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Até o "homem do tanque" foi censurado
O termo "homem do tanque" foi censurado no Bing. (Fonte: WyldKyss/Flickr/Reprodução.)Fonte: WyldKyss/Flickr
De acordo com os pesquisadores canadenses, os exemplos mais notáveis dessa censura, que não acontece só na China, mas também em outros países do mundo, são o presidente chinês Xi Jinping, o ativista de direitos humanos Liu Xiaobo e, por incrível que pareça, até o “homem do tanque”, aquele cidadão chinês que ficou em frente a uma divisão de tanques Type 59 em um desfile militar na praça da Paz Celestial em 1989.
Foi justamente a pesquisa pelo termo “tank man” (a identidade do homem é desconhecida) que gerou críticas à Microsoft no ano passado, uma vez que a palavra foi bloqueada em diversos países, como os EUA, França e Singapura. Na época, a gigante de Redmond atribuiu o fato a um “erro humano acidental”.
De acordo como The Wall Street Journal, o relatório da Escola Munk levanta questões sobre o longo alcance da censura chinesa, cuja Grande Firewall (uma alusão à Grande Muralha) tem reprimido questões indigestas ao governo chinês no resto do mundo. Para o pesquisador sênior do Citizen Lab, Jeffrey Knockel, se não fosse o envolvimento da Microsoft, essa censura não se espalharia por outras regiões.
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