A Rússia segue impondo regras mais rígidas às empresas estrangeiras de tecnologia que atuam no país. Depois de multar a Google e a Apple por não banirem conteúdos sinalizados como “ilegais”, o governo vai exigir que a Netflix exiba canais de TV ao vivo para os assinantes russos, conforme noticiou o The Moscow Times na quarta-feira (29).
De acordo com a publicação, a autoridade reguladora de telecomunicações Roskomnadzor passou a classificar o streaming como “serviço audiovisual”. Com isso, a plataforma será obrigada a transmitir ao menos 20 canais de TV para os usuários locais, caso queira manter suas atividades no país.
Um dos canais que a gigante do streaming precisará adicionar ao seu portfólio para os assinantes russos é o NTV, com foco em notícias e entretenimento. As emissoras Channel One, de propriedade do estado, e Spas, pertencente à Igreja Ortodoxa Russa, também estão no pacote.
O catálogo da Netflix na Rússia deverá oferecer canais de TV ao vivo, em breve.Fonte: Unsplash
Essa obrigatoriedade recebeu uma série de críticas, principalmente pelo fato de as emissoras, em sua maioria, serem utilizadas para a divulgação de propagandas a favor da administração liderada pelo presidente Vladimir Putin. A exibição de canais ao vivo na Netflix, na Rússia, passará a valer a partir de março de 2022.
Mais regras pela frente
Para continuar atuando no território russo, a big tech americana ainda terá que cumprir outras imposições do governo de Putin nos próximos meses. Uma delas é a criação de uma subsidiária da companhia no país, algo que os reguladores exigiram de várias outras empresas internacionais.
Não exibir conteúdos que promovam o “extremismo” é outra exigência das autoridades para a plataforma de streaming. Conforme a imprensa local, esta restrição serve para dificultar a divulgação das ideias dos opositores do estado russo.
Até o momento, a Netflix não comentou se irá cumprir as restrições ou se optará por deixar o país.
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