Nesta quinta-feira (19), o site britânico OnlyFans surpreendeu seus usuários com a revelação de que não mais admitirá em sua plataforma qualquer tipo de material sexualmente explícito. Isso significa que o site, famoso por publicações de conteúdo adulto, não publicará mais pornografia a partir de 1º de outubro.
Apesar de a decisão ter vindo de surpresa, pelo menos uma empresa do Reino Unido já esperava algum tipo de reposicionamento do serviço de conteúdo por assinatura: a rede BBC News. Em matéria divulgada na noite de ontem (19), uma investigação da emissora revelou um “manual de conformidade” interno da OnlyFans recomendando que moderadores façam “vista grossa” para publicações de conteúdo ilegal.
As orientações explícitas da OnlyFans são de que, em vez de banir ou advertir as contas infratoras, os moderadores emitam antes uma série de três alertas sobre o motivo pelo qual o conteúdo foi removido. Mas a coisa fica mais grave quando a falha vem de contas com um número maior de assinantes. Os usuários mais populares “podem receber avisos adicionais quando as regras são quebradas”, informa a BBC.
O que diz a OnlyFans?
(Fonte: Shutterstock/Reprodução)Fonte: Shutterstock
Ao ser questionada pela BBC, a OnlyFans afirmou que o documento vazado, mesmo com a inscrição “manual de conformidade” no cabeçalho das edições em 2021, não traz, na verdade, “orientações oficiais”. No entanto, a emissora pondera que as versões do mesmo documento no ano passado são atribuídas a Tim Stokely, o diretor de operações da empresa.
Mas a polêmica não parou por aí: a agência de notícias britânica fez uma investigação no site em busca de conteúdos ilegais, entrevistou anonimamente moderadores da OnlyFans e até realizou a abertura de uma conta simulando venda de fotos de adolescentes (não detectada pela moderação).
Portanto, pelo conteúdo sensível revelado pela BBC, que coloca a OnlyFans como, no mínimo, omissa com a publicação de material ilegal na internet, seria lícito supor que a súbita guinada da empresa por imagens mais comportadas seja a antevisão de possíveis investigações, feitas desta vez por autoridades reguladoras.
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