“Ninguém deveria confiar na Wikipédia”. Dita em uma entrevista ao jornal britânico Independent na sexta-feira (16), a frase poderia passar despercebida se seu autor não fosse justamente Larry Sanger, o norte-americano que fundou a famosa enciclopédia multilíngue de licença livre, em 2001, com seu conterrâneo Jimmy Wales.
Sanger, que abandonou o ambicioso projeto um ano depois, advertiu que nem sempre é aconselhável confiar no site para obter a verdade. O máximo que a enciclopédia oferece, diz seu cofundador, é um "confiável ponto de vista institucional sobre quase tudo".
No entanto, advertiu Sanders em uma entrevista à Lockdown TV, “se apenas uma versão dos fatos for admitida, isso dará um grande incentivo às pessoas ricas e poderosas para assumir o controle de coisas como a Wikipédia para fortalecer seu poder. E eles fazem isso".
Wikipédia "só admite uma versão da verdade"
Fonte: Wikipedia/ReproduçãoFonte: Wikipedia
Sanger, que quando deixou a Wikipédia a acusava de “pouco confiável”, agora também a considera parcial como fonte de informação. Para ele, voluntários “de esquerda” trabalham constantemente para eliminar qualquer notícia que não se encaixe em sua agenda, considerando-as fake news.
Exemplificando, o filósofo, que hoje trabalha em um site educativo, cita o verbete sobre o presidente americano Joe Biden. Segundo Sanger, não há no artigo nenhum tipo de informação, sob a perspectiva dos republicanos, de um suposto envolvimento do atual presidente com negócios de seu filho Hunter, na Ucrânia.
Ele argumenta que deveria haver pelo menos um parágrafo sobre o assunto. O seu ponto de vista é de que, como a Wikipédia tem grande influência no mundo, está em curso um jogo sujo nos bastidores, “para fazer o artigo dizer aquilo que alguém quer que eles digam”.
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