Sim, essa é mais uma sigla do ambiente corporativo que veio para ficar. Depois de tantas outras, como IoT (Internet das Coisas), SaaS (Software as a Service), IA (Inteligência Artificial), o OoT (Outsourcing of Things) ganha cada vez mais adeptos.
Aos poucos o Outsourcing of Things foi conquistando espaço no dia a dia das pessoas e das empresas, principalmente nos últimos anos. A transformação digital, a complexidade dos negócios e até a pandemia aceleraram esse novo comportamento de forma significativa, e a expectativa é de que o OoT ainda crescerá muito nos próximos anos.
Além desses fatores, ao adotar o OoT, as empresas percebem que seus executivos ficam mais livres para cuidar do que realmente faz a diferença para o negócio, o que torna a operação mais produtiva e aumenta a expressividade da relevância do executivo de TI na empresa.
A lógica é parecida com as recentes mudanças do nosso dia a dia como pessoa física. Hoje, podemos terceirizar quase tudo que está ao nosso redor, e o número de aplicativos instalados nos nossos smartphones mostra isso. Utilizar coisas em vez de tê-las virou um mantra.
Então, a teoria do OoT nada mais é do que a evolução natural da gestão dos negócios. Diferente de antigamente, os equipamentos tecnológicos não representam mais por si só um diferencial competitivo. Pelo contrário, a tecnologia evolui tão rápido que o importante é ter acesso a ela e não mais adquiri-la. Afinal, a infraestrutura de hoje não necessariamente é a mesma que será amanhã, pois está totalmente ligada à evolução do próprio negócio.
A infraestrutura de TI, que já foi um grande ativo das empresas, pode, hoje ser considerada um grande problema do ponto de vista da demanda de seu gerenciamento e das necessidades de escalabilidade em momentos de crescimento ou pico do negócio.
Segundo a consultoria IDC, até 2024 70% das empresas latino-americanas vão rever seu relacionamento com fornecedores e parceiros para melhorar a execução de estratégias digitais e a implantação generalizada tanto de recursos quanto de operações autônomas de TI.
Outra questão que ficou evidente durante a pandemia foi a necessidade de recursos para investir em equipamentos e soluções tecnológicas de uma hora para outra. De um momento para o outro, poucas empresas tinham ou queriam dispor de recursos do caixa para investir em notebooks, tablets, smartphones ou coletores de dados, por exemplo. Nesse sentido, o OoT permite agilidade e inovação sem a necessidade de capex, ou seja, desembolso imediato de recursos.
Não é só a tecnologia que avança, a gestão também. Nesse cenário, o OoT tem ganhado espaço dentro das empresas de diversos segmentos e tamanhos. Além disso, outra vantagem do OoT é que a empresa também fica tranquila em relação ao descarte correto de suprimentos e dos próprios equipamentos quando eles se tornam obsoletos.
A única barreira que impede o OoT de se desenvolver ainda mais rapidamente é a cultural. Depois de experimentar, a tendência é se perguntar “por que não fiz isso antes?”
***
Vittorio Danesi, colunista do TecMundo, é CEO da Simpress, empreendedor e executivo do mercado brasileiro de tecnologia há quase 35 anos. A empresa que ele criou, a Simpress, foi comprada pela HP, embora continue operando de forma independente. Recentemente, junto de outros empresários, ele criou o grupo BR Angels, o qual reúne executivos que investem em startups.
Categorias