O site LiveLeak, que ficou conhecido por possibilitar a postagem de vídeos violentos, encerrou suas operações na quarta-feira (5) depois de 15 anos no ar. O site ficou conhecido por veicular, entre outros, cenas de assassinatos, atos de terrorismo e acidentes fatais, geralmente banidas do YouTube, Facebook e outras plataformas.
Em nota divulgada no blog oficial da antiga plataforma, o fundador do LiveLeak, Hayden Hewitt, explicou que as mudanças pelas quais passaram o mundo, a internet e ele próprio desde 2006, quando o serviço estreou, o levaram a tirar o site do ar. Ele também postou um vídeo comentando o assunto.
"Tudo está diferente agora, tudo segue em frente. Eu gostava muito mais quando era o Velho Oeste", comentou Hewitt na gravação exibida em seu canal no YouTube. Ele disse ainda que manter a página funcionando, ultimamente, havia se tornado um grande desafio para o qual ele e a sua equipe não estavam preparados.
Conteúdos extremos eram postados sem qualquer moderação no LiveLeak.Fonte: Unsplash
Adotando o slogan "Redefinindo a mídia", o site hospedava conteúdos extremos e com muito sangue, atraindo internautas de todo o mundo em busca deste tipo de filmagem. Em sua defesa, Hewitt disse, durante entrevista à BBC, que o serviço funcionava como uma plataforma onde era possível "testemunhar a vida real".
Mudança de rumos
Por causa dos vídeos exibidos, o agora extinto LiveLeak enfrentou alguns processos na justiça em certas ocasiões, como na época em que publicou imagens de crianças lutando e o governo britânico tentou proibir o compartilhamento das gravações.
Outro caso marcante ocorreu em 2014, quando a página permitiu a postagem do vídeo de decapitação do jornalista americano James Foley por integrantes do grupo terrorista ISIS, atraindo uma grande quantidade de tráfego e também muitas críticas.
Após o fim do LiveLeak, o endereço da antiga plataforma direciona para o site ItemFix.Fonte: ItemFix/Reprodução
A partir daí, o serviço começou a mudar suas políticas em relação à publicação de vídeos polêmicos, deixando de postar conteúdos como as imagens do atentado de Christchurch na Nova Zelândia, ocorrido em 2019, alegando que não daria ao atirador a atenção requerida por ele.
Estas mudanças parecem continuar, pois no lugar do LiveLeak agora funciona a plataforma de vídeos ItemFix, que proíbe o envio de gravações com violência excessiva e conteúdo sangrento.