Informações publicadas pela agência de notícias chinesa Xinhua, reproduzidas pela BBC, indicam que três pessoas foram procuradas pela polícia do país por suspeita de espalharem rumores através da internet. A notícia surge pouco mais de uma semana após o governo local ter estabelecido uma nova lista de diretrizes de desenvolvimento cultural para a China, que determinam um maior controle sobre mídias sociais e penas para os responsáveis por divulgar informações prejudiciais.
Visão noturna de Xangai (Fonte da imagem: Flickr de Tengri.)
Entre os punidos está um estudante universitário acusado de publicar uma história falsa sobre o assassinato de lideres comunitários da província de Yunnan. Um editor de um site noticioso recebeu uma notificação após publicar informações sobre a queda de uma aeronave militar sem ter confirmado os fatos, enquanto um residente da cidade de Xangai ficou detido por 15 dias por ter publicado documentos falsos de seu imposto de renda na internet.
Segundo Sarah McDowall, gerente regional da empresa IHS Global Insight, “funcionários do governo estão particularmente preocupados com o aumento de protestos populares, como os que resultaram na queda de Gaddafi na última semana. Como o país vai enfrentar uma mudança de liderança no próximo ano, o governo sente que não pode afrouxar sua postura”.
Aumento na censura
O Escritório de Informações da Internet do Estado (SIIO) chinês afirmou que atualmente está investigando mais três suspeitos de terem publicados histórias que “não eram verdadeiras”. As autoridades do país estão preocupadas, principalmente com o crescimento de serviços de microblogs semelhantes ao Twitter, que permitem o envio e disseminação rápida de mensagens curtas.
A popularidade dos novos meios de comunicação permite aos cidadãos do país compartilhar informações e opiniões de forma inédita, o que força o governo a fortalecer medidas de repressão para manter-se no poder. Segundos James Kynge, autor do livro “China Shakes the World”, a popularidade de serviços de mensagens rápidas faz com que os censores do governo não consigam apagar opiniões de forma rápida o bastante, o que faz com que a opinião pública do país escape cada vez mais ao controle do departamento de propaganda oficial.
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