Por anos, e principalmente no começo, uma das coisas que a Netflix mais fazia questão de destacar é que ela não usa e não usará anúncios em sua plataforma. Isso tem acontecido há anos, mas, ultimamente muita gente vem questionando até quando esse modelo de negócios vai sustentar o serviço. Agora, executivos da concorrência dizem que se trata de uma questão de (pouco) tempo.
Segundo Linda Yaccarino e Peter Naylor, chefes de publicidade da NBCUniversal e do Hulu, respectivamente, os custos para manter uma programação de qualidade superior só vêm aumentando nas últimas temporadas e os bilhões de dólares em gastos uma hora terão que ser repassados para o consumidor.
“Quando você tem que produzir mais programas sem garantia de sucesso, é preciso gastar mais dinheiro para construir sua marca e ajudar o consumidor a descobrir seus trabalhos — o preço vai subir para a assinatura e seria lógico amenizar esses aumentos com anúncios ”, Linda.
Novas formas de veicular anúncio
Entre as opções para que o impacto dos custos não seja tão grande para o consumidor e para a plataforma seria dividir isso para ambos. O Hulu, por exemplo, tem um tipo de assinatura que fica mais barata ao permitir anúncios. Já o Spotify segue com seu modelo gratuito cheio de publicidade e limitações.
Outras novas alternativas vêm surgindo. A Netflix, por exemplo, já fez uma parceria com a Coca-Cola envolvendo uma edição limitada da bebida com a marca da série “Stranger Things”. "O futuro da mídia suportada por anúncios não se parece com o que estamos fazendo hoje em termos de carregamento ou formato", analisa Naylor.
Quando tudo estiver sob demanda e veiculado por meio de um IP, a experiência de anúncios deve melhorar, diz chefe de publicidade do Hulu
“Pode ser publicidade interativa ou publicidade não invasiva. Acho que você verá muitas inovações em todos esses novos provedores de conteúdo, porque temos permissão para isso. Não somos casados com o relógio. Anúncios de 15 e 30 segundos eram produto da TV linear. Quando tudo estiver sob demanda e veiculado por meio de um endereço IP, a experiência deve melhorar drasticamente.”
Fonte: Netflix/Reprodução
A Netflix disse anteriormente, por meio de um porta-voz, que adotar modelos de negócios como o do Spotify não passam de “pensamentos positivos em uma conferência de publicidade”. Mas, com um investimento anual que chega a US$ 12 bilhões (e faturamento de cerca de US$ 4,5 bilhões ao ano somente no Brasil), o risco de perda de atrações populares como “The Office” e “Friends” e a iminente concorrência com os vindouros Disney+, Apple TV+ e outros serviços de streaming podem mudar essa mentalidade em breve.
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