Como todo mundo sabe, a Disney deve desembarcar com força total no mercado de streaming audiovisual — com poderio pesado, suficiente para derrubar a Netflix. Coloque nessa seara outras concorrentes, a exemplo de Amazon Prime, Hulu, HBO Go, entre outras, minando o controle da atual líder e você terá uma batalha um tanto quanto interessante. E quem será que vai vencer?
Aproveitamos a análise do pessoal do Tech Radar e nos inspiramos para dar uma olhadinha mais de perto em como ficará o panorama desse setor daqui para frente. Ainda que o Disney+ (que um dia cogitou-se chamar Disney Play) seja lançado somente nos últimos meses de 2019, já vale aquela avaliada prévia.
Preço e disponibilidade
É bem possível que o Disney+ chegue atacando diretamente o bolso dos assinantes com uma oferta de preço baixo, algo em torno de US$ 5,99 (R$ 24), enquanto o plano básico da Netflix sai por US$ 8,99 nos Estados Unidos (R$ 35,40).
Com diferentes planos, liberação de telas e alcance em muitos países, o Disney+ vai depender muito de sua distribuição em todo o mundo, além de ofertas de pacotes que até mesmo incluam programação em 4K. As atrações da ESPN+ e do Hulu podem, por exemplo, vir como interessantes brindes temporários para novos seguidores.
O Disney+ deve chegar aos Estados Unidos no dia 12 de novembro e, caso queira mesmo derrubar a concorrência, precisa se agilizar para estar o quanto antes em outros países — inclusive com versões localizadas de interface.
Ferramentas e interface
Por enquanto não há muito o que mostrar a respeito do visual de navegação do Disney+, a não ser uma interface mostrada pela própria Disney e que se parece bastante com o layout de “tijolos” da Netflix. Nessa prévia é possível ver um acesso direto às produções mais populares de Disney, Pixar, Marvel, Star Wars e National Geographic.
Fonte: Tech Radar
A Netflix possui uma equipe interna que passa muito tempo somente otimizando as experiências de uso em diversos dispositivos e sempre está testando novas maneiras para os usuários interagirem. Em comparação, a HBO Go no Brasil sequer troca sua tela inicial com o que chega de novo na plataforma, por exemplo — e isso é frustrante.
Se quiser vencer a Netflix, o Disney+ precisa não somente oferecer o que a concorrente já traz mas também alguns diferenciais: o Amazon Prime tem raz uma ferramenta de visualização de dados de atores e trilhas em tempo real, por exemplo.
Conteúdo
Aqui o bicho pega para a Netflix. Isso porque o atual modelo de negócios de conteúdo obriga a companhia a lidar com atrações de terceiros no catálogo de acordo com os licenciamentos em cada praça — daí a razão de você ver muita coisa entrando e saindo do ar mensalmente. Embora sejam mais de 6 mil títulos, muitos deles ficam indisponíveis de acordo com a região.
Disney agora conta com a série de TV mais longeva da história, “Os Simpsons”
Já o Disney+ deve ter tudo o que é mais popular em todas as propriedades da Disney desde o primeiro dia e sem data para sair de catálogo. Isso inclui não somente animações e filmes clássicos, a exemplo de “Branca de Neve” e “Aladdin”, mas também filmes do Marvel Studios e “Star Wars”, que, como sabemos, são campeões de audiência e gostam de quebrar recordes bilionários de vendas de ingressos.
Fonte: Disney
Coloque na conta a mais longeva série da história da TV, “Os Simpsons”, e programas que vêm com a Fox e você terá uma fonte de respeito. A Netflix pode estar construindo sua própria história com “Orange is the New Black”, “GLOW”, “BoJack Horseman” e atrações que chegam ao Oscar (e vencem), a exemplo de “Roma”, mas ainda falta bastante para que ela tenha a biblioteca combinada de Disney e Fox.
Visão geral
A Netflix é o “serviço a ser batido”, com nada menos do que 140 milhões de assinantes em todo o mundo e uma ampla biblioteca que cresceu em quantidade e amplitude devido ao bom aproveitamento dos dados captados na própria plataforma, via business intelligence. Isso a tornou o lar de grandes documentários e dramas originais, especiais de comédia, TV infantil, animação e ficção científica.
Netflix gasta em torno de US$ 300 milhões com licenciamento de filmes do Marvel Studios e animações da Disney
A companhia teve que aprender que a expectativa de seu público pode exigir gastos astronômicos, como no licenciamento de séries com público sempre cativo, a exemplo de “Friends” e “The Office”, e em produções como “Stranger Things” e “Master of None”. A chegada do Disney+ removeria grande parte do conteúdo, que já lucra bastante com a Netflix — ela paga em torno de US$ 300 milhões para ter os heróis do Marvel Studios e outras atrações em seu catálogo, por exemplo.
Para o analista Stephan Paternot, CEO do mercado de financiamento de filmes Slated, “a Disney provavelmente dominará completamente” devido à força de seus vários serviços subsidiários, como a ESPN. “É simplesmente de tirar o fôlego a posição da ESPN (líder em esportes ao vivo), do Disney+ (uma biblioteca cada vez maior de franquias familiares de todos os tempos) e do Hulu (que se aproxima mais da Netflix e acumula receita com lentidão, em parte graças a camadas ao vivo e apoiadas por anúncios)”.
Fonte: Hiptoro
Porém, a Netflix já se tornou algo muito popular no uso cotidiano, e a maneira como o Disney+ vem chegando ao mercado parece mais com um serviço de nicho: se você não é fã hardcore de Marvel Studios, “Star Wars” ou animações, é pouco provável que a Casa do Mickey tire a liderança da atual campeã de audiência. Mas, como tudo no entretenimento pode mudar, teremos que aguardar para ver como serão os primeiros rounds desse confronto.
Fontes