A indústria musical vêm lutando arduamente para equilibrar suas receitas com distribuição, pagamento de royalties e tudo mais o que envolve o setor. Do outro lado, os consumidores estão ouvindo cada vez mais. O problema para os serviços é que essa popularidade não tem se tornado rentável como as companhias esperam.
Essa é uma das conclusões do mais recente relatório publicado pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, em inglês). O Music Consumer Insight Report 2018 mostra que 86% dos consumidore estão ouvindo via streaming por demanda. Do total, 52% usa plataformas de vídeo para isso e 47% navegam por meio da versão grátis do YouTube.
No levantamento, apenas 28% usam um streaming de áudio pago e 20% ouvem por demanda em uma plataforma musical gratuita. Isso afeta diretamente a receita anual por usuário, que, segundo o Spotify, é de US$ 20 — o YouTube afirma que esse valor é menos de US$ 1 para a Google. A principal razão pela qual 35% dos consumidores de streaming musical dizem acessar o YouTube é justamente pelo fato de não necessitar de nenhuma assinatura paga.
Fonte: Federação Internacional da Indústria Fonográfica
Outro dado que chama a atenção no estudo diz respeito à pirataria. Cerca de 38% dos usuários entrevistados consomem música de forma ilegal. Do total, 32% “ripam” as faixas de streaming, 23% baixam via peer-to-peer ou arquivos na nuvem e 17% encontram o que querem via mecanismos de busca.
O estudo foi realizado pela AudienceNet com 1 mil a 2 mil pessoas de 16 a 64 anos em cada um dos seguintes países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, México, Holanda, Polônia, Rússia, África do Sul, Coréia do Sul, Espanha, Suécia, Reino Unido e Estados Unidos. Além disso, a pesquisa foi realizado na China e na Índia, mas os resultados desses dois países não estão incluídos em números “globais”.
Brasileiros gostam de ouvir música para dormir
O Music Consumer Insight Report 2018 mostra outros dados interessantes, como o fato dos consumidores ouvirem 17,8 horas de músicas semanalmente. Muita gente, 66%, ouve enquanto está no carro e 40% faz isso enquanto está estudando ou trabalhando. Outros 63% curtem um som quando estão relaxando em casa, 54% deixam como plano de fundo na hora de cozinhar e 36% usa como incentivo para a malhação.
Um fato curioso para os brasileiros é que, dos 19% que responderam ouvir canções para dormir, os brasileiros ficaram na frente, com 33%. A Polônia ficou em segundo nesse quesito, com 29%, e a África do Sul em terceiro, com 25%.
Fonte: Federação Internacional da Indústria Fonográfica
Os dados mostram que esse hábito tem aumentado o uso de tecnologia em todas as faixas de idade, especialmente entre os mais jovens — 94% dos entrevistados entre 16 e 24 anos usam smartphones para escutar suas bandas prediletas. E mais: 15% pensam em comprar um alto-falante inteligente para melhorar essa experiência nos próximos 12 meses.
Fonte: Federação Internacional da Indústria Fonográfica
E quais os gêneros favoritos? O pop continua reinando, com 64% da preferência, e o rock vem em segundo lugar, com 57%. A música eletrônica vem em terceiro, com 32% e as trilhas sonoras surpreendem, em quarto lugar, com 30%, acima de hip-hop e rap, com 26%.
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