O candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) é o político até agora que mais requisitou à Justiça brasileira a remoção de conteúdo com críticas à sua atuação, nesse período que antecede as eleições. A informação foi veiculada na coluna da Mônica Bergamo, na Folha de S. Paulo.
O levantamento foi feito por meio de uma ferramenta chamada Ctrl+X (mesmo nome das teclas de acesso para “Recortar”, do Windows), da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. A pesquisa, apoiada pela Google, reúne empresas de mídia e tecnologia que já foram ou ainda são alvos de ações judiciais que pedem exclusão de conteúdo.
Bolsonaro entrou com 21 processos, dos quais 17 pedem a retirada do Facebook de páginas como “Anti-Bolsonaro”, “Bolsolixo” e perfis a exemplo de “Todo dia um Bolsominion Diferente Passando Vergonha”. Como todas continuam no ar, sua petições não teriam sido bem-sucedidas. O ex-prefeito de São Paulo e atual candidato a governador de São Paulo, João Dória Jr. (PSDB), aparece em segundo lugar da mesma lista, com 11 pedidos de retirada de material que critica sua postura política.
Pedido de remoção sobre funcionária fantasma também foi negado
A Folha de S. Paulo revelou em janeiro que Bolsonaro mantinha em sua folha de pagamento uma suposta assessora chamada Walderice Santos de Conceição. Segundo o jornal, “Wal”, que recebia salário em torno de R$ 17 mil mensais, nunca foi vista trabalhando no gabinete e na verdade é o nome de uma vendedora de açaí da região de Angra dos Reis. Após a reportagem, ela foi exonerada do cargo.
O candidato à presidência também requisitou à Justiça um pedido de resposta e a remoção desse conteúdo do site do periódico. A solicitação foi negada pelo Tribunal Superior Eleitoral, que entendeu que o jornal está em seu pleno exercício do direito de liberdade à imprensa.
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